O uso da Inteligência Artificial na saúde alcança um novo marco. O primeiro medicamento totalmente gerado por IA entrou em testes clínicos com pacientes humanos esta semana.
A responsável por este feito é a Insilico Medicine, uma startup de biotecnologia baseada em Hong Kong, que já levantou mais de $400 milhões em financiamento. Eles desenvolveram um medicamento projetado para tratar fibrose pulmonar idiopática, uma doença crônica que causa cicatrizes nos pulmões e afeta cerca de 100.000 pessoas nos EUA, podendo levar à morte entre dois a cinco anos se não tratada, segundo os National Institutes of Health.
“É o primeiro medicamento totalmente de IA generativa a alcançar testes clínicos humanos, e especificamente testes de Fase II com pacientes”, afirmou Alex Zhavoronkov, fundador e CEO da Insilico Medicine. “Embora existam outros medicamentos projetados por IA em testes, o nosso é o primeiro com um alvo descoberto pela IA e um design inédito gerado por IA.”
O processo para descoberta do novo medicamento começou em 2020, com objetivos ambiciosos de superar os desafios dos tratamentos atuais para a condição. Atualmente, os tratamentos disponíveis focam principalmente em retardar a progressão e podem causar efeitos colaterais desconfortáveis. Mas o novo medicamento gerado a partir da inteligência artificial promete mudar isso!
O CEO da Insilico Medicine acrescentou que a empresa optou por se concentrar na IPF, a droga que trata a fibrose pulmonar idiopática, em parte devido às implicações da condição no envelhecimento, mas não para por aí…
Já existem mais aplicações da inteligência artificial na medicina, e você pode conferir no nosso post contando sobre como essa tecnologia reduz o tempo de espera na radioterapia. Clica aqui para acessar o conteúdo.
Outras novidades da Inteligência Artificial na saúde
Zhavoronkov revelou que a Insilico tem outros dois medicamentos parcialmente gerados por inteligência artificial em fase clínica. Um é contra Covid-19, que está na fase um de testes clínicos, e o outro é um medicamento contra o câncer, especificamente um “inibidor de USP1 para o tratamento de tumores sólidos“, que recentemente recebeu aprovação da FDA para iniciar testes clínicos.
A notícia é tão excitante que até Zhavoronkov está surpreso! “Quando lançamos a empresa, estávamos focados em algoritmos, no desenvolvimento da tecnologia que poderia descobrir e projetar novas moléculas. Nunca imaginei que estaria levando meus próprios medicamentos de IA para testes clínicos com pacientes.”
O estudo atual do medicamento para IPF é um ensaio randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, que ocorre na China ao longo de 12 semanas. Se este estudo for bem-sucedido, passará para outra fase, com uma amostra maior e, em seguida, alcançará potencialmente os estudos da fase três, com centenas de participantes. A Insilico já tem planos para expandir a população de testes para 60 indivíduos em 40 locais nos EUA e na China.
“Esperamos ter resultados do atual teste de Fase II no próximo ano“, disse Zhavoronkov. Ele ressalta que é difícil prever o cronograma exato para as fases futuras, principalmente porque a doença é relativamente rara e os pacientes precisam cumprir critérios específicos. Porém, é otimista de que este medicamento estará pronto para o mercado e chegará aos pacientes que podem se beneficiar dele nos próximos anos.
Contribuições da Inteligência Artificial para a medicina
Diante de realizações como essas, não resta dúvidas que os impactos da inteligência artificial na medicina podem ser muito positivos, e não podemos descartar essas questões quando o assunto é saúde. Acompanhar o avanço da tecnologia sempre foi fundamental para o desenvolvimento da área, e agora não seria diferente.
A despeito dos desafios a serem superados no uso da IA, – e eles existem -, os benefícios podem ser significativos, e é em razão dessas possibilidades que o assunto precisa estar na pauta dos dias de hoje com um olhar responsável e aberto à inovação, para que possamos ter mais oportunidades de uma vida longeva e de qualidade.
Fonte: CNBC