O mundo da música se vê em um novo cenário com a Inteligência Artificial. Direitos autorais é uma das maiores preocupações atualmente.
Já tem até IA fazendo música a partir de prompts de texto. Clica aqui pra ver o que a Meta fez!
Para tentar driblar alguns problemas, olha só como gigantes da tecnologia como o Google e grandes gravadoras estão mesclando os mundos da IA e da música.
A tecnologia de IA generativa está em ascensão e, com ela, o surgimento de faixas “deepfake”. Imagine ouvir Frank Sinatra cantando “Gangsta’s Paradise” ou Johnny Cash interpretando “Barbie Girl”. Soa estranho, né? Mas a gente já sabe que esse cenário surreal está se tornando realidade com a capacidade da IA de imitar vozes de forma convincente.
Essas tecnologias não só despertaram a curiosidade, mas também trouxeram debates éticos. Um canal do YouTube, PluggingAI, até oferece faixas imitando rappers icônicos como Tupac e Notorious B.I.G.
A Universal Music, uma grande player da indústria, deixou sua posição bem clara. Jeffrey Harleston, seu conselheiro geral, afirmou: “A voz de um artista é frequentemente a parte mais valiosa de sua vida profissional, e roubá-la, independentemente dos meios, é errado.”
As implicações das obras geradas por IA até têm sido comparadas aos primeiros dias do YouTube. Lembra quando os usuários começaram a sobrepor faixas populares em seus vídeos? A indústria musical e o YouTube entraram em conflito por preocupações com direitos autorais, mas eventualmente encontraram um meio termo. Hoje, vídeos gerados por usuários contribuem com impressionantes 2 bilhões de dólares por ano para a indústria musical.
A comunidade artística teve reações mistas. Enquanto estrelas como Drake e Ice Cube expressaram preocupações sobre o mau uso de sua voz e autenticidade, outros como a artista do eletrônico Grimes até mencionou que algumas faixas de IA usando sua voz são tão alinhadas com seu novo álbum que é “perturbador, mas emocionante“.
Será que vai rolar uma colaboração?
Em uma jogada revolucionária, o Google e a Universal Music estão atualmente em negociações para licenciar faixas geradas por IA. O plano? Desenvolver ferramentas que permitam aos fãs criar faixas alimentadas por essa tecnologia sem infringir nenhuma lei, garantindo que os detentores dos direitos autorais recebam sua parte justa. Não se sabe ainda como nem quando isso vai acontecer, mas ao que parece, as conversas já estão rolando.
Até a Warner Music demonstrou interesse, traçando paralelos com a ascensão do conteúdo gerado por usuários em plataformas como o YouTube.
O futuro da música com a Inteligência Artificial
De um jeito ou de outro, a IA já tem tido muita influência sobre essa indústria. Já se fala até que é possível prever se uma faixa será ou não um grande hit. Olha isso! Clica aqui.
Agora, com empresas de tecnologia como Google e Microsoft investindo pesado em IA, a indústria musical parece estar à beira de uma nova era, tendo novamente que repensar a questão dos direitos autorais de um jeito que seja possível conciliar a arte e o mercado em iniciativas que garantam direitos, deveres e oportunidades para os artistas, e porque não dizer até para os fãs. Quem nunca viu os mashups e remixes de grandes sucessos em releituras de vários DJs pelo mundo todo?
De fato não parece ser possível adiar as questões sobre os direitos autorais no mundo da arte como um todo. Resta saber como as gigantes que ditam o ritmo do mercado vão lidar com as questões éticas e legais da melhor forma, valorizando a criatividade de cada artista ao mesmo tempo que acompanham a evolução do mercado. As discussões parecem estar bem longe de acabar…
Fonte: Financial Times