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“ChatGPT acadêmico”? Inteligência Artificial apresenta nova realidade para a pesquisa científica

Você sabia que a tecnologia do ChatGPT e do Bard, está se infiltrando na pesquisa científica? Sim, é verdade! A Inteligência Artificial está mudando paradigmas até em ambientes mais conservadores, como o acadêmico. Assim como os chatbots inteligentes transformaram nossas consultas de pesquisa diárias, eles estão tomando espaço também nos tipos de pesquisa mais rigorosos.

Imagem: Kauê Peinado para Futuro Relativo

Para começar, vamos falar sobre a Elsevier, a gigante da publicação holandesa. Recentemente, ela lançou sua interface tipo ChatGPT alimentada por inteligência artificial para alguns usuários do banco de dados Scopus. A empresa britânica Digital Science também está testando um assistente alimentado por IA para o seu banco de dados Dimensions, e do outro lado do Atlântico, a empresa americana Clarivate está seguindo na mesma linha para a Web of Science. Isso não é apenas outra atualização de tecnologia na moda, é uma baita revolução!

Essa ideia não é exatamente nova. Várias startups como Elicit, Scite e Consensus já mergulharam na inteligência artificial, usando sistemas que fazem de tudo, desde resumir os resultados de um campo inteiro, até identificar estudos cruciais. Mas o que estamos testemunhando agora é a entrada dos pesos pesados no jogo.

Pegue como exemplo o chatbot da Elsevier, o Scopus AI. Pense nele como seu próprio guia pessoal através do labirinto de tópicos de pesquisa. Você joga uma pergunta para ele e voilà! Você recebe um parágrafo de resumo ordenado sobre o tópico. Como um Sherlock Holmes digital, ele passa por uma pilha de resumos de pesquisa e te apresenta os mais importantes, despertando mais perguntas para você explorar. Pra quem perde horas dentro dessas plataformas fazendo suas pesquisas, sabe o quanto essa tecnologia é prática, não é?

Cuidados com o “ChatGPT acadêmico”

Agora, todos se o ChatGPT que a gente está acostumado já tem problemas, imagina um “ChatGPT acadêmico”! É como uma secretária super eficiente que às vezes esquece de verificar os fatos dos memorandos. É por isso que a Elsevier mantém a ação da sua IA generativa, Scopus AI, limitada, incitando-o a gerar respostas a partir de apenas cinco ou dez resumos de pesquisa, e esses resumos são o que um motor de busca convencional considera mais relevante. 

O Scopus AI também é bastante seletivo sobre os artigos que examina, focando apenas naqueles publicados desde 2018. Ele mantém as coisas claras citando os resumos em suas respostas e sinalizando quando não consegue encontrar informações relevantes. Isso não quer dizer que não vá haver erros, mas sim que isso pode minimizá-los, como um chef cauteloso testando uma nova receita.

Mas uma coisa é certa: a preocupação com o plágio é real, né? Quem vai dizer que alguém não vai copiar e colar os resumos em seus próprios trabalhos? Isso é um problema, aponta Maxim Khan, executivo da Elsevier em Londres que supervisionou o desenvolvimento da ferramenta. Até agora, a Elsevier tem tratado isso por meio de orientações, pedindo transparência quando LLMs forem usados, na redação de artigos ou na realização de revisões por pares, por exemplo. Também orientam que em alguns casos LLMs não devem ser usados

Por enquanto, o Scopus AI está sendo lançado para apenas 15.000 assinantes do Scopus, com planos para de fato entrar em cena no início de 2024. O novo assistente de inteligência artificial da Digital Science que está sendo testado em sua versão beta também adota uma abordagem semelhante à do Scopus AI, gerando um parágrafo de resumo a partir dos resumos mais relevantes.

As instituições envolvidas, tanto acadêmicas como as empresas de tecnologia, ainda estão trabalhando como cientistas: fazendo testes com essas IAs generativas, entendendo como isso vai se aplicar na rotina dos pesquisadores.

Com essas diferentes formas de consulta é inevitável que muitas questões precisam ser debatidas nos ambientes acadêmicos, órgãos reguladores e na sociedade civil. Como será feita a curadoria diante de um possível aumento significativo de conteúdo científico? Como serão mensuradas e atribuídas as participações efetivas dos pesquisadores? Haverá um novo critério de qualificação para os títulos acadêmicos? Será que teremos mais ou menos credibilidade dentro da academia? Como ficará a questão da autoria?

…A inteligência artificial amplia horizontes para um lado positivo, mas na mesma medida que coloca desafios importantes a serem superados.

Fonte: Nature

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