A ciência sempre nos traz novidades para buscarmos entender nossas origens. E olha isso: Um grupo de cientistas conseguiu extrair e analisar informações genéticas de um parente nosso que viveu há dois milhões de anos. Essas informações estavam presas em dentes fossilizados, guardadas como um segredo a ser desvendado.
Em um estudo que tem mais reviravoltas que uma série da Netflix, a sequência de proteínas veio de alguns dentes de Paranthropus robustus, um tipo de hominídeo, que foram encontrados numa caverna na África do Sul. É como encontrar o diário de um parente distante, que narra histórias de um tempo que não podemos nem imaginar.
Só para garantir que estamos na mesma página: Você sabe o que é um hominídeo?
“Hominídeo” é um termo utilizado na classificação biológica (taxonomia) para se referir à família Hominidae. Esse grupo inclui não apenas os seres humanos modernos (Homo sapiens), mas também várias outras espécies e gêneros de primatas extintos que são considerados nossos parentes próximos na árvore da vida.
Por muito tempo, o termo “hominídeo” foi usado para incluir apenas os humanos e seus parentes imediatos, desde a divergência dos chimpanzés, incluindo gêneros como Homo, Australopithecus, Paranthropus e outros. No entanto, na taxonomia moderna, a família Hominidae foi expandida para incluir também os grandes primatas, como orangotangos, gorilas e chimpanzés.
Quando falamos de “hominídeos”, estamos falando de um grupo bastante diverso que engloba todos os primatas que são mais estreitamente relacionados conosco do que com outros macacos e primatas menores. Isso inclui tanto espécies que ainda existem hoje, como os seres humanos e os grandes primatas, quanto uma variedade de espécies extintas que são conhecidas principalmente através de fósseis e estudos genéticos.
Voltando à descoberta da ciência sobre a genética…
Katerina Douka, que é cientista arqueológica na Universidade de Viena, falou que é um resultado incrível. Imagine, esses dentes estão praticamente virando pedra, e mesmo assim conseguiram extrair informação genética deles.
Porém, como em toda boa história, existe um mistério a ser resolvido: será que as poucas sequências que podem ser recuperadas de fósseis tão antigos podem nos ajudar a desvendar as relações evolutivas que os cientistas debatem há décadas? Beatrice Demarchi, arqueóloga biomolecular da Universidade de Turim, na Itália, comentou que ninguém sabe ainda o quão útil isso será.
A proteína, que é mais resistente que o DNA, permitiu que os pesquisadores empurrassem o registro molecular mais para trás no tempo. Essa descoberta sobre a genética tem potencial para transformar a paleoantropologia, de acordo com Enrico Cappellini e seus colegas da Universidade de Copenhagen.
Mas alguns cientistas ainda estão em dúvida se as proteínas antigas realmente ajudarão a trazer consenso para a imagem da evolução dos hominídeos, que atualmente é construída principalmente a partir da forma dos ossos. Então, ainda tem muito caminho pela frente, mas o avanço da proteômica evolutiva antiga pode trazer ainda mais revelações sobre nosso passado.
Só para não deixar nenhuma ponta solta…
A ciência tem termos muito específicos e vale a pena entender alguns deles para compreender mais sobre o que está rolando. Proteômica é um termo que apareceu que você pode não saber o que é, então aqui vai, de uma maneira bem simplificada: Trata-se de estudos em larga escala das proteínas, particularmente de suas estruturas e funções.
Segundo um artigo publicado na Nature: “A Proteômica fornece uma abordagem complementar às tecnologias genômicas por meio da interrogação em massa de fenômenos biológicos no nível da proteína.”
Por mais que ainda não se saiba as consequências possíveis dessas descobertas, já é surpreendente que se consiga acessar informações genéticas de mais de mais de 2 milhões de anos! A ciência é isso: novas perspectivas, sobre o passado e sobre o futuro, ampliando nossa visão sobre tudo que existe!
Fonte: Nature