Um novo robô representa a intersecção entre biologia e tecnologia, trazida por pesquisadores da Universidade de Tóquio, liderados por Shoji Takeuchi, e está redefinindo os limites da robótica com a criação de um bio-híbrido notável.
Imagine um robô minúsculo, medindo apenas 3 centímetros, que além de caminhar, também faz curvas precisas e manobras complexas. A chave para essa proeza mecânica é um tecido muscular cultivado em laboratório, derivado de células de rato. É uma inovação que representa um salto significativo no campo emergente da bio-robótica!
Este robô bípede distingue-se por ser o primeiro de seu tipo a combinar tecido muscular com materiais artificiais, permitindo movimentos que imitam de perto a capacidade humana de caminhar e girar. A engenhosidade do design reside na aplicação precisa de estímulos elétricos em uma das pernas, fazendo com que o músculo contraia, enquanto a outra perna permanece ancorada, funcionando como um ponto de apoio. Além de permitir o movimento, esse processo também confere à maquina a habilidade de realizar curvas afiadas e manobras complexas, uma façanha que antes parecia exclusiva de organismos vivos.
Por falar em robôs e suas incríveis capacidade de movimentos parecidos com os dos humanos,.. Você viu o robô que caminha, criado por uma inteligência artificial em apenas alguns poucos segundos? Clica aqui e leia o artigo completo!
Os próximos passos do robô
Apesar de sua inovadora capacidade de movimento, essa incrível façanha ainda enfrenta limitações e um longo caminho de desenvolvimento. Sua estrutura, embora seja bastante avançada, ainda não pode ainda sustentar-se no ar. Para superar esse desafio, os pesquisadores o equiparam com uma boia de espuma para ajudá-lo a manter-se em pé dentro de um tanque de água. Essa solução criativa destaca a fase inicial em que essa pesquisa se encontra, como enfatizado por Takeuchi, que descreve o projeto como “pesquisa básica“.
Ainda há um longo caminho a percorrer antes que essa tecnologia possa ser aplicada em cenários do mundo real. Aumentar a sua força muscular, por exemplo, é um dos muitos desafios que os pesquisadores precisam superar para permitir que ele opere em ambientes aéreos.
Além disso, a velocidade do robô deixa bastante a desejar quando comparada aos padrões humanos. Com uma velocidade máxima de apenas 5,4 milímetros por minuto e levando mais de um minuto para virar 90 graus, sua eficiência em termos de velocidade é, no momento, extremamente limitada. No entanto, Takeuchi e sua equipe estão otimistas, e acreditam que otimizando o padrão de estimulação elétrica e aperfeiçoando o design, sua velocidade e agilidade podem ser significativamente aprimoradas.
O horizonte para esse robô bio-híbrido é vasto e promissor. Takeuchi prevê o desenvolvimento de uma versão aprimorada que não apenas caminhará com mais eficácia, mas também apresentará articulações e tecidos musculares adicionais, permitindo capacidades de caminhada mais sofisticadas.
Para atingir esse nível de funcionalidade, será necessário construir músculos mais espessos, aumentando assim a força e a capacidade de carga do robô. Além disso, para operar em ambientes aéreos, será preciso um sistema de fornecimento de nutrientes inovador para manter o tecido muscular vivo e funcional.
Victoria Webster-Wood, da Universidade Carnegie Mellon, reconhece a importância dessa pesquisa, considerando-a uma prova de conceito intrigante para robôs bio-híbridos, destacando o papel vital que desempenham como ferramentas para o estudo de tecidos musculares projetados e a gestão de atuadores biológicos. À medida que a força e as capacidades de controle desses sistemas biológicos avançam, a aplicação de atuadores em robôs mais complexos torna-se uma possibilidade cada vez mais tangível.
Mesmo em fases iniciais, esse robô bio-híbrido representa uma fusão revolucionária de biologia e tecnologia, abrindo caminho para futuras inovações na robótica!
Fonte: NewScientist