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Diretor de cinema de Hollywood cria música com IA para o seu novo filme – e falha!

Quando a IA entra no cinema sempre causa alvoroço. Quem acompanha esse universo, especialmente os aficionados pela Disney e pelas aventuras de Star Wars, já deve estar familiarizado com Gareth Edwards, o visionário diretor de “Rogue One: A Star Wars Story“. 

Mas o que talvez muitos não saibam é que Edwards recentemente embarcou em uma jornada audaciosa ao experimentar a inteligência artificial na composição da trilha sonora de seu novo filme, “The Creator”.

A intenção era usar a IA para tentar replicar a genialidade musical do renomado compositor Hans Zimmer. E, indo mais longe, Edwards tinha a ideia de lançar a trilha sem revelar que foi criada por uma máquina, para só depois do lançamento revelar o “verdadeiro compositor”. 

O diretor de cinema se aproximou de uma empresa especializada em música por inteligência artificial para produzir uma trilha que soasse como as composições de Zimmer.

A IA se saiu bem, mas Edwards, com seu olhar crítico, avaliou o produto final como “7 em 10”. Uma nota que, à primeira vista, pode parecer respeitável, mas, como o próprio Edwards apontou, quando se busca a qualidade de Hans Zimmer, o que realmente se deseja é uma nota 10! De fato, replicar a complexidade, profundidade e nuance de um artista tão talentoso como Zimmer não é tarefa fácil.

Henry Ajder, especialista em inteligência artificial, observa que, embora as IAs possam ser convincentes em melodias simples, a composição de peças mais complexas, ricas em variações e sentimentos, é um desafio monumental. Afinal, enquanto a inteligência artificial opera com base em dados e algoritmos, Zimmer, como todos nós, tem a vantagem de ser alimentado por uma vida inteira de experiências, emoções e inspirações, o que traz muito para o cinema.

Outra questão importante levantada por Edwards é a falta de “sabor” da inteligência artificial. A música, como qualquer forma de arte, não é apenas uma questão de notas e ritmos, mas também de sensações, emoção e ressonância com o público. E, no momento, as IAs ainda não conseguem captar ou compreender completamente essas nuances humanas.

No entanto, Edwards é otimista quanto ao papel da inteligência artificial no cinema e no mundo criativo como um todo. Em vez de vê-la como uma ameaça, ele a enxerga como uma ferramenta, argumentando que os verdadeiros inovadores são aqueles que reconhecem as mudanças no horizonte, abraçam-nas e aprendem a moldá-las a seu favor. Ele faz um paralelo com a recepção do software de edição de fotos Photoshop, e como era considerado “um sacrilégio” o uso de uma ferramenta como aquela. Hoje, é indispensável para artistas em todo o mundo.

As tensões no cinema 

Não podemos esquecer as tensões crescentes em Hollywood, em que artistas estão se sentindo ameaçados, não apenas em termos de substituição potencial, mas também em relação à propriedade intelectual. 

Hollywood tem sido palco de greves e protestos, com atores e escritores buscando condições de trabalho mais justas e uma definição clara dos limites do da inteligência artificial no cinema. Em um mundo cada vez mais digital, onde as fronteiras entre o humano e o sintético estão se tornando menos claras, essas são questões que demandam atenção e diálogo.

Artistas de VFX estão usando a inteligência artificial para serem mais produtivos em suas rotinas. Clica aqui para ver!

Embora existam desafios a serem superados, Edwards sugere que talvez devêssemos abordar a IA não como adversária, mas como aliada. A história do cinema está repleta de inovações, desde a invenção da câmera até os efeitos visuais digitais revolucionários de “Jurassic Park”. Cada avanço foi recebido com hesitação, mas eventualmente moldou a indústria para melhor, e a inteligência artificial pode muito bem ser a próxima fronteira nesse legado de inovação.

No fim das contas, o diretor acabou recrutando o próprio Zimmer para compor a faixa do seu filme. E, embora o compositor não tenha comentado publicamente, Edward diz que, ao ser apresentado à versão da faixa feita pela IA, Zimmer achou a situação divertida.

As questões sobre os usos da inteligência artificial quando o papo é cinema, e arte como um todo, são inúmeras e longe de estarem plenamente resolvidas. O fato é que há algo no ser humano que entende e materializa a conexão entre as pessoas, o que o permite usar a IA como uma ferramenta para dar vazão a suas ideias. E, como toda boa ferramenta, pode apresentar resultados incríveis, mas precisa de um pontapé inicial que só nós podemos dar…

Fonte: MIT Technology Review

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