O ChatGPT no mundo acadêmico já deu o que falar. E sejamos sinceros, a IA Generativa promete revolucionar a educação.
Falando em ChatGPT, você conhece o “ChatGPT acadêmico”? Clica aqui pra conhecer essa e mais algumas ferramentas que chegaram para ajudar pesquisadores na sua rotina.
Algumas escolas, talvez um pouco alarmadas com essa onda de mudança, até decidiram banir o ChatGPT. Mas talvez não seja motivo para pânico. A educação está evoluindo, não desaparecendo.
Dentre as várias opiniões, a abordagem da Universidade de Yale se destacou. Em uma conversa com o MIT Technology Review, Jenny Frederick, reitora associada da Universidade de Yale e diretora fundadora do Centro Poorvu de Ensino e Aprendizagem, é responsável pela estratégia de Yale em relação ao ChatGPT trouxe algumas perspectivas em relação ao chatbot inteligente. E, acredite, Yale optou por algo muito distante de banir.
Em vez de ver a tecnologia como uma ameaça, Yale a enxergou como uma oportunidade. Se a ideia é ensinar, então por que não aproveitar as ferramentas que temos em mãos? Um comparativo é possível: O manifesto dos professores contra o uso das calculadoras em 1988. Acontece que todos nós aprendemos a fazer conta, mesmo que uma máquina possa fazer o trabalho. A questão aqui é o valor inerente ao processo de aprendizado.
Outra iniciativa que foi pioneira em pensar a Inteligência Artificial na educação foram as universidades do Russell Group, as mais renomadas do Reino Unido. Dá uma olhada neste artigo!
Os motivos de Yale para abraçar o ChatGPT
E não pense que Yale está sendo impulsiva ao incorporar a inteligência artificial. A universidade defende uma cultura de exploração e aprendizado. Sim, eles querem que os alunos e professores explorem a tecnologia, mas de maneira consciente e informada.
Quanto à questão da desonestidade acadêmica, Jenny foi bastante clara: as raízes da trapaça na academia vão além da tecnologia. É uma questão mais profunda, ligada a sentimentos de pressão, gestão do tempo e capacidades pessoais.
Claro, com a crescente digitalização, as preocupações sobre privacidade e gestão de dados estão em alta. Yale, com sua visão progressista, não ignora essas preocupações. Eles têm políticas estritas que priorizam a segurança e privacidade dos alunos.
Adivinhe quem está liderando essa revolução tecnológica? Os próprios alunos! Muitos deles já nasceram em um mundo digitalizado e têm uma afinidade natural com a tecnologia. Jenny acredita que o diálogo entre professores e alunos é crucial. Os educadores devem entender e experimentar essas ferramentas, criando diretrizes junto com os alunos sobre seu uso correto.
Jenny aponta que do lado do ensino, é muito importante se questionar “O que quero que meus alunos aprendam neste curso?“. Ela diz que se um robô puder fazer de maneira adequada o que um professor quer que um aluno faça, é hora de repensar o que se está pedindo aos alunos ou se o que se está pedindo é realmente importante para elevar o nível do aprendizado.
A cada dia será mais difícil banir essa tecnologia, tentando impedir que alunos a utilizem para fazer seus trabalhos. Buscando auxiliar professores, a OpenAI divulgou prompts que podem ajudar a extrair o melhor do ChatGPT.
Aqui também já mostramos 10 ferramentas que podem ser bastante úteis para docentes que estão encarando o desafio diante dessa nova tecnologia. Clica aqui para ver.
É, de fato um momento de transição, de abertura para uma reavaliação dos métodos de ensino e também de validação de conhecimentos adquiridos, principalmente quando ferramentas como o ChatGPT se saem melhor que humanos em muitas provas.
É preciso olhar para esse momento com a inteligência artificial como um marco em muitos campos, e não seria diferente no ambiente acadêmico. O posicionamento de Yale leva à reflexão não só métodos de ensino, mas também pelos conteúdos aplicados.
Além disso, existem questões sérias para serem discutidas, mas a perspectiva de Jenny sobre a questão da trapaça ser um problema anterior à tecnologia, nos coloca para pensar para muito além de métodos educacionais, nos faz pensar sobre a sociedade, sobre valores que conduzem nossa vida na coletividade e também como estamos construindo nosso futuro, em relação à ética, além do conhecimento técnico.
Fonte: MIT Technology Review