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Estudo aponta 4 emoções centrais que podem contribuir para sistemas de IA mais humanizados

Compreender as nuances das emoções que estão contidas na linguagem é um campo de estudo intrigante e muito importante não só para nossas relações humanas. Recentemente, um grupo de pesquisadores do Japão trouxe uma contribuição significativa para esse domínio. Em um estudo inovador, publicado na revista Scientific Reports, eles exploraram a universalidade das emoções nas palavras que perpassam as barreiras linguísticas, utilizando uma técnica conhecida como análise de colexificação.

A colexificação ocorre quando uma única palavra está associada a múltiplos conceitos que compartilham relações semânticas. Imagine, por exemplo, a palavra espanhola “malo”, que pode significar “ruim” ou “severo”. Isso indica que os conceitos de “ruim” e “severo” são colexificados no idioma, e quer dizer, portanto, de uma forma simplificada, que dois conceitos estão contidos em uma mesma palavra, sendo possível as diferentes interpretações. Essa ferramenta analítica permitiu aos pesquisadores identificar as conexões semânticas intrincadas que as palavras carregam, revelando uma rede complexa de emoções e significados.

A equipe contou com três pesquisadores Universidade de Ciência de Tóquio, Mitsuki Fukuya e Tohru Ikeguchi do Departamento de Informação e Tecnologia da Computação, Tomoko Matsumoto do Instituto de Artes e Ciências, além de Yutaka Shimada do Departamento de Informação e Ciências da Computação da Universidade de Saitama. Eles descobriram que quatro conceitos emocionais centrais – “BOM”, “QUERER”, “RUIM” e “AMOR” – possuem o maior número de associações com outras palavras emocionais em múltiplas línguas. Essa descoberta não apenas lança luz sobre a complexidade emocional humana, mas também ressoa com métodos semânticos tradicionais e a linguagem semântica natural, a NSM (do inglês natural semantic metalanguage), reforçando a ideia de que essas emoções têm um caráter universal.

Emoções, linguagem, relações humanas e os sistemas de IA

O impacto dessas descobertas é profundo e vasto. A inteligência artificial que tanto nos impressiona hoje em dia por permitir uma interação em linguagem natural, pode ter novas possibilidades ao se aproximar dessa relação semântica por semelhança da nossa linguagem.

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No campo do processamento de linguagem natural (PLN), os insights oferecidos por este estudo podem impulsionar o desenvolvimento de algoritmos e grandes modelos de linguagem (LLMs), que são mais sofisticados e sensíveis ao contexto emocional. Isso significa que a comunicação online, desde traduções automáticas até assistentes digitais, pode se tornar mais precisa e humanizada, refletindo nuances emocionais com maior fidelidade.

Além disso, entender essas emoções centrais tem implicações práticas no dia a dia, especialmente em comunicações que buscam ressonância emocional. Empresas e organizações sem fins lucrativos, por exemplo, podem aprimorar suas estratégias de comunicação ao alinhar suas mensagens com esses sentimentos universais, promovendo uma conexão mais profunda com seu público.

Mas o estudo vai além do processamento de linguagem natural e do marketing, oferecendo também uma perspectiva sobre a evolução das línguas e sobre a comunicação intercultural, – áreas de imenso interesse para linguistas, psicólogos e comunicadores. As palavras são consideradas intrinsecamente ligadas às emoções, e compreender essa ligação pode desvendar aspectos fundamentais da condição humana e da sociedade.

Dr. Ikeguchi, líder do estudo, destaca a importância dos conceitos associados a sentimentos ou emoções no campo da PLN, particularmente nas análises de sentimentos. Essas análises permitem identificar orientações semânticas positivas e negativas em textos escritos, com aplicações práticas que vão desde o monitoramento de feedback de clientes até a detecção de tendências de comportamento em redes sociais.

Com avanços tecnológicos acelerados, onde grandes modelos de linguagem estão se tornando ferramentas indispensáveis para processamento de informações e geração de conteúdo, os resultados deste estudo são particularmente relevantes. À medida que investimentos globais são direcionados para aprimorar e refinar esses modelos, compreender a relação intrínseca entre palavras e emoções pode ser a chave para desbloquear uma nova era de comunicação digital – uma era onde as máquinas não apenas entendem, mas também têm empatia com a complexidade emocional humana.

O trabalho pioneiro desses pesquisadores japoneses é um convite para explorar as profundezas da comunicação humana que transita entre os ambientes on e offline. A compreensão da condição humana é um grande desafio que se reflete também em sua linguagem. Mas tão desafiador quanto importante, essa investigação se coloca fundamental para entender como interagimos com a tecnologia e uns com os outros.

Fonte: NeuroScience News

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