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Estudo mostra como vítimas de lesões no cérebro obtiveram melhora com novo implante

O estudo do cérebro humano está sofrendo verdadeiras revoluções com o avanço da ciência e da tecnologia, com descobertas e inovações que estão permitiindo o que há algumas décadas poderia ser considerado impossível. Recentemente, uma pesquisa publicada na Nature Medicine trouxe esperança e uma nova perspectiva para indivíduos que sofrem com lesões cerebrais traumáticas, de média a grave. 

O estudo, liderado por Jaimie Henderson, neurocirurgião da Universidade de Stanford, e Nicholas Schiff, neurologista da Universidade de Cornell, em Ithaca, Nova York, apresentou resultados promissores para a neurociência a partir do uso de implantes no cérebro para melhoria da função cognitiva de pacientes com lesões cerebrais traumáticas.

Antes de mergulhar nos detalhes deste avanço extraordinário, é importante entender o que são as lesões cerebrais traumáticas de média a grave (msTBI, sigla do inglês medium to severe traumatic brain injury). 

Essas lesões geralmente são decorrentes de traumas na cabeça, como ferimentos ou acidentes, levando à morte de neurônios e à desconexão de circuitos do cérebro, resultando em dificuldades cognitivas de longo prazo, afetando a capacidade de atenção, tomada de decisão e memória de trabalho. Nos Estados Unidos, mais de 5 milhões de pessoas são afetadas por esse tipo de lesão, muitas das quais ficam incapacitadas de retomar suas vidas e trabalhos anteriores à lesão.

Conhecendo o cérebro: A pesquisa

A pesquisa concentrou-se na estimulação cerebral profunda (DBS – do inglês deep brain stimulation), uma técnica que envolve a colocação de eletrodos especificamente em regiões do tálamo, que é uma estrutura no centro do cérebro, desempenhando um papel crucial em funções como atenção, tomada de decisão e memória de trabalho. A ideia por trás do estudo é que, ao aplicar uma corrente elétrica a partes específicas do tálamo, seria possível ativar e restaurar conexões entre neurônios danificados, levando a melhorias na função cognitiva.

Os pesquisadores adotaram uma abordagem personalizada para cada um dos cinco participantes do estudo – quatro homens e uma mulher – todos com msTBI há pelo menos dois anos. Utilizando dados de imagens cerebrais dos indivíduos e atlas anatômicos especializados (conjuntos detalhados de imagens e mapas do cérebro), os eletrodos foram implantados perto do lado lateral do tálamo em ambos os hemisférios do cérebro. Após a cirurgia, os pesquisadores passaram 14 dias ajustando os parâmetros de estimulação para cada participante, e em seguida, os implantes foram usados para aplicar uma corrente elétrica com frequência de 150 a 185 hertz, durante 12 horas por dia, por um período de três meses.

Para avaliar o funcionamento cognitivo dos participantes, foi utilizado um teste que avalia a troca de tarefas, atenção e memória de trabalho. Os participantes tinham que conectar números consecutivos ou letras dispostos em um padrão geométrico específico. Os resultados, ao final dos três meses de tratamento, foram notáveis, com os participantes mostrando uma melhoria média de 30,7% na tarefa de atenção em comparação com o desempenho antes da cirurgia. Além disso, a velocidade na realização do teste cognitivo melhorou em média 32%. 

Próximos passos

Para alguns participantes, essas melhorias foram descritas como transformadoras, mesmo muitos anos após a lesão. Tais resultados abrem um leque de possibilidades para o tratamento de lesões cerebrais traumáticas e destacam o potencial da neurociência aplicada na recuperação de funções do cérebro.

Henderson e Schiff têm planos ambiciosos para dar continuidade a esse trabalho. A equipe espera realizar ensaios clínicos maiores e desenvolver um protocolo confiável para treinar outros centros a administrar o tratamento de forma eficaz. 

A possibilidade de restaurar funções cognitivas perdidas devido a lesões cerebrais abre novos caminhos para tratamentos e terapias, potencialmente recuperando funções do cérebro e transformando a vida de muitos. 

Fonte: Nature

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