Já parou para pensar em quão antiga é a nossa Lua? Bem, graças às recentes descobertas científicas, agora sabemos que ela é cerca de 40 milhões de anos mais velha do que se pensava anteriormente. Se você é daqueles que adora se aprofundar nos mistérios do nosso sistema solar, vem com a gente nessa imersão nas últimas descobertas sobre a origem lunar.
Missão Apollo 17: Uma espiadinha no passado
A Apollo 17, lançada em 7 de dezembro de 1972, tem um lugar especial na história espacial. Foi a última missão em que seres humanos visitaram a Lua, com Eugene Cernan, Ronald Evans e Harrison Schmitt a bordo.
Uma curiosidade legal: Cernan foi o último humano a deixar suas pegadas lunares, tornando-se uma espécie de “último homem na Lua“. Essa missão encerrou com chave de ouro a era das explorações lunares do programa Apollo da NASA.
Essa importante missão trouxe amostras de rocha lunar à Terra, por mais de quatro décadas, essa amostra permaneceu como um enigma para os cientistas, até que uma equipe de pesquisa da Universidade de Chicago decidiu dar uma nova olhada.
Pesquisadores descobriram que um zircão específico da missão Apollo 17 é o mais antigo já encontrado, com uma idade impressionante! Philipp Heck, professor da Universidade de Chicago, e sua equipe focaram sua atenção no chamado cristais de zircão presentes nessa rocha vinda da Lua.
Zircões são cristais de silício formados quando a superfície de magma se solidifica, e são notáveis por sua resistência ao calor e ambientes agressivos, o que significa que podem nos fornecer informações valiosas sobre os primeiros dias da Lua.
O que torna esses cristais ainda mais especiais é a presença de urânio radioativo neles. Com o tempo, esse urânio decai e se transforma em chumbo, e, ao medir a quantidade de chumbo e urânio em uma amostra de rocha, os cientistas conseguem determinar sua idade. É como um relógio natural!
Utilizando uma técnica sofisticada chamada tomografia de sonda atômica, a equipe de Heck descobriu que os zircões da rocha lunar são surpreendentemente antigos, com impressionantes 4,46 bilhões de anos. Isso indica que a Lua se formou muito antes do que se pensava anteriormente.
E essa descoberta não é apenas sobre números. Como Philipp Heck colocou, essas novas informações ajudam a “ancorar toda a cronologia lunar”. Ele compara essa descoberta a “cravar um prego na linha do tempo lunar”, destacando sua importância no entendimento do passado da Lua.
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Teorias e implicações da nova descoberta sobre a idade da Lua
Então, como a Lua se formou? A teoria mais aceita é que um planeta do tamanho de Marte colidiu com a Terra, lançando uma imensa bola de rocha derretida no espaço, e à medida que essa rocha se resfriava e solidificava, os zircões se formavam.
Com base no que sabemos sobre a formação do sistema solar, que tem cerca de 4,57 bilhões de anos, podemos agora restringir com precisão o momento da formação da Lua.
Mahesh Anand, da Open University do Reino Unido, destaca que essa descoberta, combinada com estudos anteriores, nos oferece uma janela de tempo muito específica, de apenas 50 milhões de anos, dentro da qual a Lua se formou e se solidificou rapidamente.
Isso pode parecer um grande intervalo de tempo para nós, meros mortais, mas em termos cósmicos, é um piscar de olhos, e essa pequena janela de tempo nos ajuda a entender melhor a complexidade de planetas e corpos celestes que levou à formação do nosso único satélite natural.
A Lua sempre foi um objeto de fascínio para a humanidade, e desde os primeiros olhares lançados ao céu noturno até as missões Apollo, ela tem sido uma fonte constante de maravilha e curiosidade. Com cada nova descoberta, nos aproximamos um pouco mais de entender sua história e, por extensão, a história do universo.
Fonte: New Scientist | Artigo Geochemical Perspectives Letters
