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CRISPR: Manipulação genética de micróbios pode tratar doenças e ajudar o planeta

Mesmo se considerarmos a manipulação genética, falar de saúde e de micróbios é estranho. Intuitivamente, a gente pode não relacionar essas duas coisas de forma positiva, né?! Mas a verdade é que microbiomas geneticamente modificados pode produzir compostos mais saudáveis, e o objetivo é nada menos que ajudar a tratar doenças e até mesmo contribuir para salvar o planeta.

Créditos Imagem: Futuro Relativo

A tecnologia está proporcionando infinitas possibilidades para a saúde humana. Além da manipulação genética dos biomas, clicando aqui você pode acessar nosso artigo que fala sobre a criação de novos medicamentos por inteligência artificial que podem mudar o jogo!

Antes de começar… O que são micróbios e microbiomas?

Micróbios, ou microorganismos, são seres vivos minúsculos que só podem ser vistos por meio de um microscópio. Eles estão em toda parte, no solo, na água, no ar, dentro e sobre o nosso corpo. Os micróbios incluem uma grande variedade de organismos, incluindo bactérias, vírus, fungos, protozoários, entre outros.

Já o termo “microbioma” refere-se à comunidade de micróbios que vive em um ambiente específico. Quando falamos do microbioma humano, por exemplo, estamos nos referindo à comunidade de trilhões de micróbios que vivem no nosso corpo, principalmente nos intestinos. Esses micróbios desempenham funções importantes para nossa saúde, como auxiliar na digestão de alimentos, proteger contra patógenos e contribuir para o sistema imunológico.

A gente tem que lembrar que os micróbios não são vilões. Eles têm estado por aqui, evoluindo neste planetinha, há milhões de anos, antes dos humanos sequer pensarem em existir. Por isso, não é estranho que eles tenham desenvolvido relações bem intricadas com outros sistemas vivos. Eles são basicamente minúsculas “fábricas”, alimentando-se de substâncias químicas no ambiente e produzindo outras – algumas mais benéficas para os organismos próximos do que outras.

O futuro dos micróbios a favor da nossa saúde

Agora, a grande questão é: será que conseguimos ajustar o genoma desses micróbios para controlar exatamente quais substâncias químicas eles produzem? Já pensou nisso? E se pudéssemos criar micróbios que ajudassem a reduzir a poluição? E ainda: se conseguíssemos criar micróbios que fabricassem medicamentos, ou que produzissem produtos amigos do nosso intestino?

Esse futuro talvez esteja mais perto do que imaginamos. Microbiomas modificados já mostraram resultados promissores no tratamento de câncer em ratos, e testes em humanos estão a caminho.

A cada dia que passa, estamos mais próximos de fazer com que os micróbios trabalhem para nós. Novas tecnologias estão pavimentando o caminho para tornar isso uma realidade. 

Manipulação genética dos microbiomas

Existem alguns jeitos particularmente empolgantes de manipulação de micróbios para beneficiar nossa saúde e o meio ambiente.

Vamos falar sobre o trabalho que está sendo feito por Brad Ringeisen, diretor executivo do Innovative Genomics Institute em Berkeley, Califórnia, e seus colegas. Eles receberam uma bela grana para explorar novas maneiras de manipular micróbios para o bem-estar das pessoas e do planeta.

A equipe está focada em usar o método CRISPR de manipulação genética para mudar o comportamento dos micróbios. Este é o mais versátil dos métodos de edição de genes, desenvolvido há apenas 10 anos. A ideia do grupo de Brad é que essas novas “dietas” para pessoas ou animais possam ajudar a levar seus microbiomas intestinais a um estado mais saudável.

Quem deve ser o primeiro beneficiário desses tratamentos? A vaca. Sim, a maneira com são criados esses animais tem um impacto tremendo no meio ambiente. Um elemento significativo é o “pum da vaca” que contém alta quantidade de metano, um potente gás de efeito estufa que contribui para as mudanças climáticas.

Créditos Imagem: Futuro Relativo – Kauê Peinado

Técnica e literalmente, o metano não é produzido pelas vacas, mas pelas bactérias em seus estômagos. Ringeisen e seus colegas estão buscando maneiras de alterar os micróbios que residem no rúmen (o primeiro e maior compartimento do estômago) para que eles produzam muito menos gás, se produzirem. (Será que um dia ninguém mais vai soltar pum?)

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Micróbios modificados para os bebês

A equipe também está olhando como um tratamento de microbioma CRISPR poderia beneficiar bebês humanos. O primeiro microbioma de um bebê é particularmente maleável durante os dois primeiros anos de vida. Por isso os microbiologistas acreditam que é importante ter o microbioma de um bebê o mais saudável possível logo no início.

Ainda não sabemos exatamente o que isso significa, ou como deve ser um microbioma saudável. Mas idealmente, tudo é para evitar a produção de substâncias químicas que causem inflamação prejudicial ou que danifiquem o revestimento intestinal, por exemplo, e talvez incentivar o crescimento de micróbios que produzam substâncias químicas que ajudem na saúde intestinal – como o butirato, que é produzido quando alguns micróbios fermentam fibras, o que parece fortalecer a barreira natural do intestino.

Tudo ainda está nos estágios iniciais. Mas os pesquisadores imaginam um tratamento oral que seria administrado aos bebês para manipular seus microbiomas. Não se tem ainda uma idade específica em mente, mas estima-se que poderá ser logo após o nascimento.

Estamos vivendo um momento emocionante na ciência e, embora seja só o começo, as possibilidades nos dão perspectivas de mais qualidade de vida no futuro!

Fonte: MIT

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