A modificação genética de bactérias são uma novidade no tratamento contra o câncer de pele. Elas podem ser projetadas para tratar a doença em camundongos, e parece que os testes em humanos já estão próximos! Os experimentos apresentaram resultados surpreendentes, dando um novo horizonte para essa realidade.
Atualmente, existem avanços incríveis na ciência focada em nossa saúde. Novos medicamentos, mais precisão e velocidade em exames, e até nossa alimentação está diante de grandes transformações!
Nessa perspectiva otimista, os novos testes em camundongos e um possível tratamento contra o câncer de pele nos possibilitam ter esperanças de cura de uma doença que atinge um número absurdo de pessoas pelo mundo todo!
Nós, seres humanos, somos um verdadeiro ecossistema para trilhões de microorganismos que vivem em nosso corpo. A ciência está cada vez mais interessada nessa convivência íntima e nos possíveis usos desses pequenos companheiros para tratar doenças.
A gente já falou em outro post sobre o potencial impacto positivo dos micróbios, não só para nós como para o meio ambiente. Você pode ler o artigo clicando aqui!
Agora… Imagine modificar bactérias que vivem na nossa pele, fazendo delas um mecanismo de prevenção e tratamento contra o câncer. Parece algo de outro mundo, né?! Mas é exatamente o que pesquisadores estão explorando, e os resultados são promissores – por enquanto em experimentos com ratos. Mas a melhor novidade é que os testes em humanos estão a caminho!
A maior parte das pesquisas sobre microbiomas – os conjuntos de microorganismos que vivem em nosso corpo – tem se concentrado naqueles que habitam nosso intestino. No entanto, nossa pele também abriga inúmeros micróbios.
Esses pequenos seres parecem ter uma influência significativa sobre o funcionamento de nosso sistema imunológico. Pesquisas sugerem que eles podem ampliar ou diminuir a resposta imunológica a algo potencialmente prejudicial – seja uma infecção, um tumor, ou algo mais benigno.
Microorganismos modificados: Armas contra o câncer
Michel Fischbach, professor associado de bioengenharia da Universidade de Stanford, nos EUA, junto a outros especialistas, modificaram geneticamente um microorganismo que vive comumente na pele humana, a bactéria S. epidermidis, inserindo nela um gene que codifica uma proteína encontrada na superfície de algumas células cancerígenas.
A hipótese é que se o sistema imunológico gerar células que reconhecem o microorganismo modificado, essas células também reconhecerão os tumores.
Os pesquisadores então aplicaram esses “designer bugs” em ratos, que também receberam injeções de células de câncer de pele. Nos ratos que receberam o microorganismo modificado, a progressão do câncer foi significativamente retardada.
“Você podia ver esses enormes tumores crescendo no lado dos ratos que tinham sido esfregados com S. epidermidis normal“, lembra Fischbach. Por outro lado, disse que nos ratos que receberam os microorganismos modificados, praticamente não se via nada.
Fischbach e sua equipe ficaram surpresos com a magnitude da resposta ao ver quão potente e leve é esse tratamento que também funcionou em camundongos que já apresentavam a doença anteriormente, não só nos que foram preparados para o experimento. Os tumores em ambos os casos pareciam encolher em animais esfregados com os micróbios modificados. Todos os detalhes das descobertas da equipe foram publicados na revista Science .
Testes em humanos do tratamento contra o câncer de pele
Ainda há muito trabalho a fazer antes de começar os testes com microorganismos geneticamente modificados em humanos. Primeiramente, será necessário encontrar um bom candidato microbiano. Ainda não se sabe se a S. epidermidis desencadeia a mesma resposta imunológica em humanos, portanto, é possível que outro microorganismo funcione melhor.
No entanto, a possibilidade otimista de utilizar bactérias geneticamente modificadas como uma nova forma de tratamento contra o câncer representa é um grande avanço na ciência. Afinal, quem poderia imaginar que nossos pequenos inquilinos microbianos poderiam se tornar poderosos aliados na luta contra essa doença?
Fonte: MIT Technoly Review