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Narcisismo identificado por machine learning: a combinação da neurociência e da psicologia

Você conhece alguém que considera narcisista? O narcisismo é um assunto complexo, presente em desde em conversas casuais até discussões acadêmicas. Quer sendo visto como uma patologia ou uma mera curiosidade psicológica, compreender suas bases neurológicas tem sido um desafio ao longo dos anos, e agora, graças à inteligência artificial e ao poder do machine learning, estamos começando a lançar uma luz sobre este antigo enigma da neurociência e da psicologia.

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Inclusive já falamos recentemente de outros avanços relacionados ao narcisismo. Clica aqui!

Até recentemente, os pesquisadores que tentavam traçar os caminhos neurais do narcisismo frequentemente encontravam algumas dificuldades. As inconsistências eram muitas, e vários especialistas atribuíam isso a limitações em suas abordagens. Imagine tentar entender uma cidade inteira observando apenas uma rua. É mais ou menos assim que funcionavam as metodologias tradicionais: limitadas e com poucos participantes para estudos.

O que mudou agora e trouxe uma nova perspectiva foi a abordagem.

Os pesquisadores decidiram utilizar técnicas avançadas de machine learning com base na organização do cérebro e outros aspectos da personalidade para desvendar os mistérios do narcisismo, entre elas estão a Kernel Ridge Regression e a Support Vector Regression. O que é preciso saber sobre essas técnicas é que são ferramentas excelentes para identificar e prever padrões em grandes conjuntos de dados, o que é ideal para investigações sobre o complexo sistema neural do narcisismo.

Com um objetivo claro, porém ambicioso, a equipe buscou construir um modelo preditivo para traços narcisistas. Eles não olharam apenas para a estrutura cerebral, mas também para uma variedade de características de personalidade.

Como resultado, identificaram um circuito cerebral específico que pode prever traços narcisistas com uma precisão notável. Este circuito engloba áreas como os giros frontal lateral e médio, o giro angular, o opérculo Rolandic e o giro de Heschl. O que importa mesmo é a relevância dessa descoberta que tem uma significância estatística de p < 0.003 – um número que, no mundo da ciência, significa que há menos de 0,3% de probabilidade de observar os resultados obtidos se a hipótese nula fosse verdadeira. Em outras palavras, essa taxa sugere que é muito improvável que os resultados tenham acontecido por mero acaso. Essa significância pode trazer importantes contribuições tanto para a neurociência como para a psicologia.

Além da estrutura cerebral, os pesquisadores identificaram uma mistura de traços de personalidade que podem prever o narcisismo: Traços normais como abertura, afabilidade e consciência, e traços anormais como antissocial, e maquiavelianismo, se mostraram como indicadores.

A combinação da neurociência e da psicologia para entender o narcisismo

Para pensar a complexidade de estabelecer uma maneira de analisar os traços de personalidade, vamos pegar como referência o maquiavelianismo, que se refere a uma disposição de personalidade que se centra na manipulação e exploração de outros, frequentemente priorizando os próprios interesses acima dos interesses dos demais, mesmo à custa da ética ou da moral. Se essa é só uma característica, imagine o quanto é difícil colocar as nuances de muitos outros traços de personalidade em um sistema objetivo de machine learning, e o quanto isso pode colaborar para as pesquisas sobre o narcisismo.

É a primeira vez que vemos uma abordagem de aprendizado de máquina (machine learning) supervisionado ser usada dessa forma para decodificar o narcisismo, o que significa que em um futuro próximo traços de personalidade poderão ser identificados não apenas pelo que vemos “por fora”, mas por uma combinação de características neurais e psicológicas.

Essas descobertas são relevantes e levantam questões ainda mais importantes. Como esses insights podem transformar intervenções terapêuticas? Eles poderiam aprimorar a precisão do diagnóstico? Ao combinar a neurociência com o machine learning, estamos não apenas buscando respostas, mas também aprofundando nossa compreensão da psique para ter mais clareza no entendimento do comportamento humano.

Essa exploração do narcisismo pelo machine learning é um ótimo exemplo de como ferramentas modernas estão renovando e expandindo investigações clássicas. A combinação de neurociência com machine learning pode ser um novo passo para proporcionar mais qualidade de vida e opções para superar desafios da complexidade humana.

Fonte: Neuroscience News

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