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O que é a memória? Estudo sugere que é mais do que só uma lembrança

Como as memórias são construídas? Durante toda nossa vida, vamos colecionando momentos e experiências, mas como isso acontece no nosso cérebro? Quão fiéis são as nossas lembranças de coisas já vividas?

Pesquisadores desenvolveram um sistema de inteligência artificial que simula processos cerebrais, contribuindo para a compreensão desse aspecto tão importante da cognição humana.

Abordando a memória, um novo estudo conduzido por pesquisadores da UCL (University College London) traz luz sobre este que é um dos assuntos mais fascinantes e complexos da experiência humana. Publicado na revista Nature Human Behaviour, financiado pela Wellcome, a pesquisa apresenta um avanço significativo na compreensão de como processamos, armazenamos e recuperamos nossas memórias.

A pesquisa utilizou um modelo computacional avançado, um sistema de inteligência artificial que utiliza a rede neural generativa, para simular o funcionamento das redes neurais em nosso cérebro, mais especificamente, a interação entre o hipocampo e o neocórtex, áreas essenciais para a memória, imaginação e planejamento. Ao expor o modelo a 10.000 imagens representando cenas simples, os cientistas puderam observar e analisar o processo de codificação e recriação das memórias.

O neocórtex, uma região cerebral associada ao pensamento de alto nível, à consciência e à linguagem, mostrou ser fundamental na formação de representações conceituais eficientes a partir das experiências vividas. Além de possibilitar a recriação de eventos passados, este processo também permite a geração de novos cenários, um componente chave da imaginação e do planejamento. 

O modelo revelou que o neocórtex aprende a passar a atividade dos milhares de neurônios que recebem informações visuais através de camadas intermediárias de neurônios, reconstruindo as cenas como padrões de atividade em seus milhares de neurônios de saída.

O hipocampo, por sua vez, desempenha um papel crucial na codificação rápida de cada cena nova que experienciamos. Ele se concentra em codificar características únicas que o neocórtex não consegue reproduzir, permitindo que recursos cerebrais sejam focados na codificação de elementos singulares, como novos tipos de objetos. 

Essa colaboração entre hipocampo e neocórtex é essencial para a reconstrução de eventos em nossa mente e para a geração de novos eventos durante a imaginação e o planejamento para o futuro.

O cérebro humano simulado na IA é eficiente, mas será que superamos as máquinas! Clica aqui para conhecer um estudo que fala sobre a eficiência dos nossos processos cerebrais em contraposição aos da IA.

Memórias são mais do que lembranças?

Um dos aspectos mais fascinantes revelados pelo estudo é a forma como as memórias são reconstruídas, e não simplesmente registradas como cópias fiéis do passado. O processo de recordação é, na verdade, um ato de reconstrução, onde o significado ou essência de uma experiência é combinado com detalhes únicos, levando a viéses na forma como lembramos as coisas. As memórias existentes frequentemente contêm distorções “semelhantes ao resumo”, nas quais características únicas são generalizadas e lembradas de maneira mais semelhante a eventos anteriores, resultando em preconceitos na recordação de memórias.

Além de desvendar esses mecanismos, o estudo também ilumina o papel vital da memória para a sobrevivência. A capacidade de fazer previsões, por exemplo, para evitar perigos ou encontrar alimento, está intrinsecamente ligada à forma como relembramos e interpretamos nossas experiências passadas. A rede neural generativa sugere que, ao repassarmos memórias enquanto descansamos, nossos cérebros captam padrões de experiências passadas que podem ser usados para fazer essas previsões cruciais.

Este estudo nos aproxima de um maior entendimento sobre a complexidade e a beleza do funcionamento da mente humana, à medida que abre caminhos para futuras investigações sobre distúrbios da memória e outras condições neurológicas. Entender como formamos, armazenamos e recuperamos memórias, lança luz sobre nossa identidade e nossa experiência, contribuindo para essas inovações no tratamento e na compreensão de condições que afetam a memória e a cognição.

Fonte: Neuroscience News

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