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O universo é infinito?

Questões sobre o universo não são nada fáceis de serem pensadas, e ainda estamos longe de ter respostas definitivas!

Quanto mais longe estamos de alguma coisa, mais do passado é essa imagem para nós. A luz, que viaja a 300 mil quilômetros por segundo no vácuo, leva um tempo para chegar até nossos olhos. Isso quer dizer que se as distâncias são grandes, isso faz muita diferença em relação ao que observamos!

A luz do Sol, por exemplo, leva 8 minutos para chegar aqui na Terra. Então, o Sol que vemos e sentimos é sempre um Sol de oito minutos atrás. Estrelas, galáxias, alguns outros objetos celestes, estão a bilhões de anos-luz da gente, nessa imensidão …

Vamos pensar na dimensão dessa distância: 1 ano-luz é a distância que a luz percorre no vácuo durante o tempo de um ano. Isso é mais ou menos 9 trilhões e meio de quilômetros! 

Bom, mas então, se conseguir observar muito, muito longe, podemos ver a origem do universo, certo? Isso é verdade. Mas tem um limite. É o que a gente chama de universo observável.

A primeira ideia seria imaginar que, se o tudo começo com o Big Bang, que ocorreu há 13,8 bilhões de anos, então o limite de quão longe podemos ver será de 13,8 bilhões de anos-luz. Mas tem uma coisa que complica essa ideia: o universo não é estático, ele está em expansão.

Então, quanto mais longe olhamos, os objetos distantes parecem se afastar de nós ainda mais rapidamente. Os astrônomos foram capazes de reunir informações sobre os componentes do universo e chegaram a um valor, incluindo a distância do horizonte cósmico observável: 46,1 bilhões de anos-luz.

Esse limite, no entanto, não é uma “fronteira”, porque não se trata de um limite no espaço. Se por acaso estivéssemos localizados em qualquer outro ponto do cosmos, ainda assim poderíamos detectar e observar tudo à nossa volta nessa esfera de 46,1 bilhões de anos-luz a partir do nosso ponto de observação. Em outras palavras, para o universo observável, estamos falando de um limite no tempo, e não no espaço.

Então tem mais do que o universo observável?

O Universo está sempre em expansão, mas tem um limite… a coisa pode ter ficado confusa, né? E é normal que fique. E a questão sobre o infinito do universo é sempre um ponto de muita curiosidade e controvérsia. Mas… Vamos pensar juntos. 

Quando a gente pensa em alguma coisa infinita, logo pensa em algo que não tem fim, nem começo, não é mesmo?

Mas, pera um pouco…

No caso do universo, houve um começo, certo? O modelo padrão da cosmologia e as observações astronômicas mostram que o universo teve seu início, como falamos, o Big Bang. A partir daí, espaço e tempo tiveram um início. Então tem um começo. Ok.

E se a partir desse ponto, espaço e tempo começaram a se expandir, pode-se pensar que o universo então tem um limite também, uma espécie de “borda”. Mas isso não resolve o problema! O universo pode ter uma borda e ainda assim ser infinito! Duvida? Olha só…

Por exemplo, entre os números reais 0 e 1, há infinitos números. Já parou pra pensar que isso é um infinito com fronteiras? Viu só? É exatamente como pode ser o nosso universo!

E perceba que eu disse “pode”. Porque é importante lembrar que isso é uma hipótese, bem longe de ser um consenso para a comunidade científica. Há muito a ser descoberta para que uma conclusão possa ser possível: Se o universo é um sistema fechado ou aberto, e se é infinito ou finito… É um assunto que divide opiniões dos cientistas!

Deste modo então, mesmo que seja infinito, o universo tem um limite, assim como há um número finito de maneiras pelas quais as partículas podem ser organizadas nas quatro dimensões da nossa realidade:  uma de tempo e três de espaço, – sendo estas três de espaço o comprimento, a largura e a profundidade.

E aí a coisa complica mais, e surge uma nova questão: O que tem além das fronteiras do universo? Nada? Ou outros “Multiversos”?

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Marcelo Lapola

Marcelo Lapola

Professor, pesquisador e físico na Unesp - Rio Claro; Doutor em cosmologia e astrofísica pelo ITA | Ciência, arte, e divulgação científica na veia! 🔭
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