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Rochas do espaço trazidas à Terra podem ajudar a explicar alguns dos maiores enigmas sobre a vida

Como explicar os maiores mistérios da vida aqui na Terra? O que o espaço tem a nos dizer? Imagine-se por um instante no vasto deserto de Utah. É uma manhã fresca de 24 de setembro, e algo histórico está prestes a acontecer. Do céu, um pequeno, mas valioso carregamento desce, trazendo consigo segredos de um local a dois bilhões de quilômetros de distância do nosso planeta. Trata-se da missão OSIRIS-REx da NASA, que está trazendo 250 gramas de material do asteroide próximo à Terra, 101955 Bennu. No mundo das amostras de asteroides, é um autêntico tesouro vindo do espaço.

Meenakshi Wadhwatem, a principal cientista do programa de Retorno de Amostras de Marte (MSR), tem a responsabilidade de coordenar uma colaboração entre a NASA e a Agência Espacial Europeia, que tem como principal objetivo coletar amostras de Marte na década de 2030. Parece simples, mas é uma empreitada extremamente técnica e, a despeito de seu promissor potencial, a missão tem enfrentado resistência em termos de financiamento e apoio.

Conforme a complexidade do projeto MSR veio à luz, seu financiamento começou a ser posto em xeque. Em julho, houve uma proposta do Senado norte-americano de reduzir os recursos destinados à NASA para a MSR em 2024, com a possibilidade de cancelamento total se os custos do projeto ultrapassassem o orçamento estipulado.

Os cientistas buscam tornar a MSR mais simplificada, e ressaltam o quão essencial é reconhecermos o potencial transformador dessas missões que pretendem trazer amostrar vindas do espaço, pois ela têm revelado insights surpreendentes sobre nossa existência.

Essa insistência em coletar amostras espaciais tem um motivo: elas são verdadeiras cápsulas do tempo, guardando as respostas para algumas das perguntas mais profundas sobre o planeta Terra e todo o Sistema Solar.

Vamos recordar as missões Apollo entre 1969 e 1972. As amostras lunares que elas trouxeram para a Terra nos deram a compreensão de como a Lua se formou — resultado de um gigantesco impacto com um planeta do tamanho de Marte. E em décadas subsequentes, missões como a Genesis da NASA, Hayabusa do Japão e Stardust da NASA trouxeram pequenas, mas significativas amostras que ajudaram a redefinir a compreensão da formação do Sistema Solar.

A missão do OSIRIS-Rex não é apenas coletar amostras do espaço, mas descobrir se os ingredientes essenciais para a vida podem ter chegado à Terra através de asteroides como o Bennu. E aqui vem a melhor parte: essas amostras são como um legado contínuo para a ciência. Elas podem ser estudadas por gerações, revelando seus segredos com tecnologias que ainda estão por vir. Nos próximos anos, espera-se que a equipe científica do OSIRIS-REx catalogue e analise esses preciosos fragmentos espaciais.

Reprodução: Meenakshi Wadhwatem | ASU News – Arizona State University

Enquanto isso, outra esperança recai sobre as amostras de Marte. Há bilhões de anos, Marte era mais parecido com a Terra em seus primeiros dias. Para entender os mistérios da vida e se ela já existiu em no planeta vermelho, é vital que amostras sejam trazidas do espaço para a análise aqui na Terra.

Apesar dos desafios, os benefícios dessas missões são inestimáveis, não apenas em termos de conhecimento, mas também em inovações tecnológicas. Atualmente, o rover Perseverance da NASA já se encontra em Marte, documentando e coletando amostras. Espera-se que, em 2033, essas amostras cheguem à Terra.

E quando esse dia chegar, cientistas de várias áreas, de geólogos a biólogos, analisarão e interpretarão os dados vindos do espaço. Espera-se que as descobertas resultantes possam responder a questões como: Como planetas como Marte e Terra se formaram? Qual foi a trajetória climática de Marte? Como e quando a vida começou? Estamos sozinhos no universo?

Com a chegada iminente das amostras de Bennu pela missão OSIRIS-REx, é inegável que este é um período emocionante para a exploração do espaço e para as promessas que essas missões trazem.

“Eu incentivo qualquer cientista que esteja interessado nessas questões a se inscrever para ser um Afiliado MSR (https://mars.nasa.gov/msr/mission/science/for-scientists/sign-up). O retorno iminente das amostras de Bennu pela OSIRIS-REx me lembra o quão emocionante é este momento e as profundas possibilidades desses materiais preciosos.” – Meenakshi Wadhwatem

Fonte: Nature

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