Olhar para o céu noturno e pensar o que tem no espaço é intrigante, né? Milhares de naves espaciais orbitam nosso planeta e, acredite ou não, é surpreendentemente fácil e divertido vê-las!
Em uma sessão de observação de estrelas em uma noite escura, a reação mais comum é de surpresa ao descobrir quantos satélites feitos pelo homem desfilam acima de nossas cabeças. E se você se dedicar a observar por uma ou duas horas, não se surpreenda se avistar uma dúzia ou mais cruzando o céu!
Os satélites, estando no espaço, parecem ser distantes e quase invisíveis, mas essa percepção é um tanto enganadora. A maioria dos satélites orbita muito mais perto do que se imagina. Adicione a isso o fato de que muitos são grandes e possuem superfícies reflexivas. E, embora estejamos em plena escuridão aqui na Terra, os satélites acima de nós ainda podem estar banhados pela luz do sol, refletindo eficazmente esses fótons solares.
Hoje, mais de 7.500 satélites ativos circundam nosso planeta, com os mais diversos propósitos, desde aplicações militares até observatórios astronômicos e serviços comerciais cotidianos, como previsões do tempo e comunicações.
Há ainda aqueles que não estão mais ativos, e muitos destes são, na verdade, propulsores de foguetes que continuam orbitando muito tempo no espaço depois de terem lançado suas cargas úteis.
A variedade também se estende ao tamanho. Temos os CubeSats, que são pequenos como uma torradeira, e também temos gigantes como o Telescópio Espacial Hubble, comparável em tamanho a um ônibus escolar. Naturalmente, quanto maior o satélite, mais luz reflete, tornando-se mais visível para nós aqui embaixo.
Uma curiosidade: se você já observou o pôr do sol em um dia parcialmente nublado, pode ter notado que o sol ainda ilumina as nuvens mesmo após se pôr. Isso ocorre porque as nuvens estão em uma altitude mais elevada. Os satélites, estando ainda mais altos, podem permanecer em plena luz do dia muito tempo depois do pôr do sol.
Agora.. quão alto estão esses satélites no espaço? A definição de onde começa o espaço não é tão clara, mas a maioria concorda que começa na linha Kármán, a 100 km acima da superfície da Terra. Para evitar o arrasto atmosférico, a maioria dos satélites orbita pelo menos a 160 km acima do solo. Tudo nessa faixa até cerca de 2.000 km é considerado “órbita terrestre baixa”.
Falando em observar o céu… Já se perguntou sobre a cor do Sol? Clica aqui e dá uma olhada que intrigante que isso pode ser!
Olhando para o espaço
Há variações no que é possível observarmos, dependendo de onde o satélite está em sua órbita. Um satélite diretamente acima de você, no zênite (é o nome dado a esse ponto logo acima do observador), está tão perto quanto possível. Se estiver mais em direção ao horizonte, pode estar a mais de 1.000 km de distância, e isso o torna mais fraco.
Algumas peculiaridades podem afetar a visibilidade de um satélite no espaço. Por exemplo, se ele tiver painéis reflexivos, pode capturar a luz do sol em um ângulo que ilumine diretamente a sua posição. Esse efeito, chamado de flare, faz com que o satélite aumente rapidamente seu brilho antes de diminuir novamente.
Um exemplo de satélite que é possível ser observado é a Estação Espacial Internacional (ISS –International Space Station), que, com mais de 100 metros de comprimento, é a maior estrutura em órbita e oferece uma visão espetacular, e o mais legal é pensar que existem seres humanos vivendo lá.
Nem todos os satélites são tão fáceis de avistar. Por exemplo, os satélites geossíncronos, que são mais escuros. Esses satélites se movem muito mais lentamente e por isso parecem imóveis. Eles orbitam a 36.000 km, e completam uma órbita ao redor do planeta exatamente no mesmo tempo que a Terra leva para completar uma rotação em torno de seu próprio eixo. Isso faz com que, do ponto de vista de um observador fixo na superfície da Terra, o satélite pareça estar “parado” em um ponto específico no céu.
E não podemos esquecer dos satélites Starlink da SpaceX, que às vezes são vistos em fila, se parecendo com um trem cruzando o céu. Muitas pessoas pelo mundo relataram tê-los visto!
Se você tiver interesse em observar esses fenômenos espaciais por si mesmo, existem vários aplicativos como “Heavens Above” que mostram quando e onde procurar os satélites visíveis da sua localização. Existem muitos outros, e o segredo em usá-los é fornecer a sua localização de forma precisa.
Em uma noite dessas… que tal parar um tempinho para olhar para o espaço?
Fonte: Scientific American