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Podemos enfrentar a crise climática olhando para o passado da Terra?

A crise climática é impossível de ser ignorada, e será que o passado da Terra pode nos dizer sobre o nosso futuro climático? Michael E. Mann, um climatologista e geofísico estadunidense, amplamente reconhecido por suas pesquisas sobre mudanças climáticas, tem algumas respostas.

No campo da ciência climática, analisar o passado pode ser uma janela essencial para antecipar o que nos aguarda no futuro. Isso é precisamente o que o renomado cientista do clima Michael Mann propõe em seu mais recente livro, “Our Fragile Moment: How Lessons from Earth’s Past Can Help Us Survive the Climate Crisis” (até o momento, não há a versão em português). Nesta obra, Mann se debruça sobre momentos específicos dos quatro bilhões de anos da história da Terra, quando o planeta vivenciou extremos de temperatura, seja um calor escaldante ou um frio profundo.

A revista Scientific American teve a oportunidade de entrevistar Mann, que também é diretor do Penn Center for Science, Sustainability and the Media na University of Pennsylvania, buscando compreender as principais lições que essas eras nos trazem e o que elas revelam tanto sobre os alertas quanto sobre as esperanças para o presente e o futuro.

Como Mann enfatiza em sua introdução, o registro paleoclimático das mudanças climáticas passadas da Terra “fornece um roteiro do que precisamos fazer para preservar nosso momento frágil” em um planeta que já enfrentou desafios muito maiores do que os provocados pela humanidade.

O registro paleoclimático refere-se ao conjunto de informações que nos permitem entender e reconstruir as condições climáticas passadas da Terra. Eles são essenciais para entender como o clima do nosso planeta mudou ao longo do tempo, as razões para tais mudanças e o que podemos esperar no futuro, especialmente à luz das atuais mudanças induzidas pelo homem. 

E será que a camada de ozônio pode ser recuperada? Clica aqui e veja o que cientistas têm a dizer!

O passado da Terra e a crise climática

Vamos começar com duas eras: a hipótese do Sol Jovem e Fraco, que ocorreu há três bilhões de anos, e a da Terra Bola de Neve, que aconteceu entre 800 e 550 milhões de anos atrás.

Na primeira, nosso sol era 30% menos luminoso, mas, estranhamente, a Terra não estava congelada. Com o tempo, enquanto o sol ficava cada vez mais brilhante, a concentração de CO2 na atmosfera diminuía. Durante esses bilhões de anos, à medida que os organismos se espalhavam, eles moderavam a atmosfera e a temperatura. Isso sugere que a própria vida ajuda a manter o planeta dentro de limites habitáveis, porém só até certo ponto!

As cianobactérias carregaram a atmosfera da Terra com oxigênio que destruiu o metano, levando o planeta a perder seu efeito estufa inicial, o que resultou em um ciclo positivo e, eventualmente, nosso planeta se transformou em uma bola de neve. Esta é a hipótese da segunda teoria de mudanças climáticas drásticas.

Hoje, nós, seres humanos, estamos impactando nosso clima. Será que vamos nos adaptar ou apenas criar mais instabilidade?

As extinções no passado da Terra

Você já ouviu falar da “Grande Extinção” do período Permiano? Foi um momento em que cerca de 90% de toda a vida foi extinta devido a um acúmulo massivo de CO2. Algumas pessoas comparam essa era com o que estamos vivenciando agora e se preocupam que também possamos estar à beira de uma extinção, mas Mann argumenta que as condições de então e de agora não são exatamente comparáveis. Naquela época, a Terra enfrentou desafios muito diferentes, desde grandes continentes secos e vulneráveis a incêndios florestais.

Já a era da Máxima Térmica do Paleoceno-Eoceno é um exemplo de quando a Terra ficou superaquecida, um período em que partes significativas do planeta estavam muito quentes para os seres humanos e algumas espécies tiveram que se adaptar de maneiras incríveis, como cavalos que diminuíram seu tamanho em 30% para lidar com o calor!

65 milhões de anos, um enorme asteroide atingiu a Terra, esfriando rapidamente sua superfície e eliminando os dinossauros terrestres. Embora isso soe como ficção científica, carrega uma lição importante: rápidas mudanças climáticas, seja para o aquecimento ou resfriamento, podem ter consequências devastadoras para as espécies que não estão preparadas.

A crise climática atualmente

Nos últimos 2.000 anos, durante a Era Comum, os seres humanos dominaram a vida na Terra, e agora estamos enfrentando perguntas urgentes sobre a crise climática, o aquecimento global e suas consequências. A maior preocupação apontada por Mann é que estamos aquecendo o planeta a um ritmo sem precedentes.

Uma das surpresas foi a desaceleração da circulação do oceano Atlântico, conhecida como AMOC (do inglês Atlantic meridional overturning circulation), que está acontecendo cerca de um século antes do esperado pelos modelos propostos pela ciência. Isso pode ser devido ao derretimento mais rápido do gelo na Groenlândia.

O futuro

De acordo com Mann, ainda há esperança. O passado da Terra sugere que ainda temos margem de segurança para enfrentar a crise climática em que vivemos, mas isso não significa que possamos ser complacentes, temos que agir rapidamente e de maneira decisiva para evitar um ponto sem retorno.

Você viu que a ciência está pensando até em como reduzir o efeito do pum da vaca para combater a crise climática? Não é brincadeira, não. Clica aqui e dá uma olhada!

Em resumo, Mann aponta que temos 4 bilhões de anos de história da Terra para nos guiar no enfrentamento da atual crise climática, baseado em mudanças de clima anteriores extremamente severas. Em sua opinião, o que é preciso agora é olhar para o passado buscando alternativas para proteger nosso futuro. 

Fonte: Scientific American

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