A astronomia nos mostra que o nosso universo como conhecemos está longe de ser um entendimento suficiente. A ciência tem muitas questões ainda não resolvidas e olhar para o futuro do universo é um tremendo desafio!
Falando em compreender o universo, seria possível imaginá-lo como um grande computador quântico? Clica aqui para ver sobre essa teoria!
Vamos começar falando algo que a gente sempre ouve por aí: o universo está em expansão. E quando falamos em expansão, estamos nos referindo literalmente ao aumento das distâncias entre os objetos celestes.
Isso foi observado por Dan Scolnic, professor associado de física na Duke University, que ressaltou que essa expansão não é exatamente como a maioria imagina. O que realmente está acontecendo é que os objetos estão se distanciando mais e mais uns dos outros, principalmente as galáxias.
O futuro do universo, no entanto, permanece um enigma. Será que essa expansão continuará indefinidamente, ganhando ainda mais velocidade? Ou em algum momento, ela vai começar a desacelerar e o universo vai começar a se contrair? A resposta a essas perguntas depende de um delicado equilíbrio entre matéria escura, energia escura e a matéria e energia comuns que conhecemos.
Por cerca de um século, a ciência entendeu que essa expansão era um resquício do big bang, aquela explosão gigantesca que é aceita como a melhor teoria para o surgimento do universo, que fez com que tudo se espalhasse. Com o tempo, esperava-se que essa expansão diminuísse, afinal, a atração gravitacional entre os objetos deveria funcionar como um freio natural, mas em vez de diminuir, essa expansão está acelerando!
A causa disso é atribuída à chamada “energia escura“. E aqui, o nome é mais um marcador do que uma explicação real. Essa energia permeia o vazio do universo, o vácuo, agindo contra a gravidade e empurrando tudo para longe. “Quanto mais espaço, mais rápido tudo se afasta“, como Scolnic pontuou.
Compreendendo o universo
Entender o ritmo exato da expansão do universo tem sido uma tarefa desafiadora para os astrônomos. Para colocar isso em perspectiva, imagine que queremos calcular a velocidade com que um balão está se enchendo. O número que representa essa taxa é o que chamamos de constante de Hubble.
Mas como determinamos esse valor em um universo vasto e em constante mudança? Os métodos da ciência são diversos. Alguns cientistas observam supernovas e estrelas variáveis em galáxias longínquas, tentando medir não apenas o quão rápido elas estão se movendo em relação a nós, mas também a que distância exata se encontram.
Uma das pioneiras nesse campo é Wendy Freedman, professora de astronomia e astrofísica na Universidade de Chicago, que, nos anos 90, liderou um projeto revolucionário com o Telescópio Espacial Hubble, com o objetivo de medir a constante de Hubble com uma precisão sem precedentes.
Porém, recentemente, uma incompatibilidade intrigante surgiu nas descobertas: os cálculos da constante de Hubble, obtidos por diferentes equipes de pesquisa, estão apresentando divergências. Esse desacordo, chamado de “tensão de Hubble”, poderia ser um erro na forma como os dados são interpretados ou é o universo nos dizendo que ainda há coisas que não sabemos sobre a sua evolução, o que quer dizer também que não tem como prever o seu destino.
As hipóteses do futuro do universo
Então, para onde tudo isso nos leva? Se o nosso entendimento atual estiver correto, o universo pode estar caminhando para um “grande congelamento“, onde tudo ficará escuro e frio. Por outro lado, se a energia escura tiver propriedades que desconhecemos, funcionando de forma diversa do que se supõe, poderíamos estar indo em direção a um “grande rasgo“, onde o universo se expandiria tão rápido ao ponto de se despedaçar. De qualquer forma, Scolnic diz que sim, o universo continuará se expandindo para sempre, e que tudo é uma questão de intensidade dessa expansão.
No entanto, nem todos concordam com esses cenários. Paul Steinhardt, físico teórico da Universidade de Princeton, propõe que a energia escura poderia depender do tempo de uma forma diferente, fazendo o universo parar de se expandir e começar a se contrair. Isso nos levaria a um universo cíclico, alternando expansões e contrações, – hipótese que hoje está sendo investigada por Steinhardt.
Estamos em território desconhecido, como Freedman observou, e ainda estamos tentando compreender o que realmente está acontecendo. Mas com ferramentas como o Telescópio Espacial James Webb, há esperança de que possamos obter algumas respostas.
As descobertas da ciência sobre o universo são intrigantes e as hipóteses são muitas. O fato é que investigar tudo que está acontecendo já é difícil, imagina tentar apresentar hipóteses do futuro. Leva tempo, mas isso está longe de desanimar os cientistas!
Fonte: Scientific American