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Debate da astronomia divide especialistas: Detritos de meteoro são alienígenas?

A astronomia e suas questões nos intrigam: Exploração espacial, meteoros, a possibilidade de vida extraterrestre… Os mistérios do universo são infinitos e, ocasionalmente, batem à nossa porta, ou, neste caso, em nossa atmosfera

Em 2014, a Terra foi palco de um fenômeno incrível. Um meteoro iluminou os céus e desceu na costa da Papua Nova Guiné. De tão poderoso, alguns especialistas dizem que esse meteoro poderia ter origens além do nosso Sistema Solar. E o que realmente chamou a atenção de muitos foi a busca subsequente por suas relíquias e as implicações potencialmente revolucionárias para a astronomia.

Nossa história começa com um meteoro que fez sua entrada explosiva perto das costas da Papua Nova Guiné em 2014. Não era apenas qualquer rocha espacial, mas uma tão feroz que desafiou a astronomia: Será que esse meteoro veio de fora do nosso Sistema Solar? Pense por um segundo: Imagina se isso fosse algo de uma galáxia distante da nossa!

A comunidade científica ficou alvoroçada. Pesquisadores embarcaram em uma caça ao tesouro, mergulhando nas profundezas do Pacífico para recuperar os remanescentes deste meteoro. 

À frente desta busca oceânica estava o controverso Avi Loeb, físico teórico de Harvard. A análise inicial da equipe, divulgada em agosto de 2023 é surpreendente: a composição incomum desses remanescentes poderia indicar que os detritos teriam uma origem interestelar.

Mas nem todos estão convencidos. Muitos especialistas, embora reconhecendo a intrigante análise geoquímica desses detritos, acreditam que as conclusões são um exagero.

Por que esse chacoalhão na ciência?

Avi Loeb não é novo no foco das atenções ou na controvérsia. Alguns anos atrás, ele defendeu que ‘Oumuamua, o primeiro objeto interestelar identificado em 2017, poderia ser uma nave alienígena. Em 2021, ele iniciou o Projeto Galileo com o objetivo de buscar evidências de tecnologia alienígena na Terra, ou nas suas proximidades, usando métodos científicos.

O foco de Loeb agora está no projeto que começou em 2019 quando ele descobriu que o Comando Espacial do Departamento de Defesa dos EUA rastreia meteoros através de seus satélites de vigilância.

Amir Siraj, pós-doutorando de Loeb, analisou os 272 eventos de meteoros no catálogo do Comando Espacial para determinar possíveis origens interestelares e lá estava ele: O meteoro, detectado em 8 de janeiro de 2014 perto da Papua Nova Guiné, que aparentemente tinha características interestelares devido à sua velocidade e padrão de explosão.

Em 2022, o Comando Espacial afirmou com 99,999% de certeza que o meteoro vinha de fora do nosso Sistema Solar, e que penetrou profundamente na atmosfera antes de se desintegrar, sugerindo uma resistência material superior do que os objetos de ferro do nosso sistema.

A trajetória do meteoro foi rastreada até uma área oceânica de 11 km². Com dados adicionais de um sismômetro, essa área foi ainda mais reduzida para uma faixa de 1 km de largura.

Loeb recebeu $1,5 milhão do empreendedor de criptomoedas Charles Hoskinson para a exploração, e ao investigar o local no fundo do oceano, onde o meteoro explodiu, encontrou quase 700 “esférulas” (pequenas bolinhas metálicas).

Acontece que o pilar central do argumento de Loeb para sustentar que o meteoro era interestelar era a velocidade dele. Mas parece que este não é um argumento tão consistente como a estimativa de 99,999% do Comando Espacial. Um recente estudo no “The Astrophysical Journal” revelou que sensores governamentais frequentemente superestimam a velocidade de fireballs, especialmente em altas velocidades. 

Fireball” (ou bolas de fogo) é um termo usado em astronomia para descrever um meteoro especialmente brilhante, como é o caso deste de 2014.

E por falar em chachoalhão na ciência: você viu um o ponto que converge física quântica e os padrões climáticos? Clica aqui pra ver como isso é intrigante!

A astronomia ainda sem respostas

Steve Desch, astrofísico da ASU, questiona a precisão dos números divulgados sobre a velocidade, e sugere que se um meteoro atingisse a atmosfera a 45 quilômetros por segundo ele iria se vaporizar quase totalmente sem deixar resíduos

Desch também expressa ceticismo sobre a relação entre as esférulas encontradas e o fireball de 2014, considerando o potencial deslocamento dessas esférulas pelas correntes oceânicas. Além disso, ele observa a possibilidade de viés de confirmação na pesquisa da equipe de Loeb.

Por outro lado, o geoquímico Stein Jacobsen, de Harvard, vê potencial nas esférulas para fornecer mais insights para a astronomia. Ele está interessado em investigar variações isotópicas que poderiam apontar para a origem de outra estrela

Variações isotópicas são as diferenças nas quantidades relativas de variações de um átomo, com o mesmo número de prótons, mas diferentes números de nêutrons, – os isótopos, encontradas em diferentes amostras do mesmo elemento.

No entanto, Jacobsen reconhece os desafios devido ao tamanho das esférulas, que são muito pequenas. Ele também menciona que, normalmente, passa mais tempo em pesquisas antes de publicar, mas que essa pesquisa foi acelerada a pedido de Loeb.

Apenas recentemente os astrônomos se deram conta que objetos de fora do nosso Sistema Solar podem atravessá-lo e chegar à Terra. Achar um fragmento de rocha de outro sistema seria uma baita descoberta e poderia ajudar a entender a formação de planetas e estrelas alienígenas.

A astronomia ainda não tem respostas e parece que os debates ainda vão longe, e a trama se complica à medida que mais variações isotópicas estão sendo examinadas para reforçar a afirmação interestelar.

Fonte: Science

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