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Dinossauro entre mamífero e réptil? Conheça o modo de vida único dos maiores animais terrestres conhecidos

No mundo fascinante pela história natural dos dinossauros, a saga dos titanossauros revela-se uma jornada de gigantes, mesclando traços de répteis e mamíferos, desafiando a narrativa convencional da extinção dos dinossauros. Os titanossauros, mais especificamente os Titanosauria, não apenas dominaram os ecossistemas terrestres de todas as sete massas continentais mas tiveram uma história de sucesso biológico sem precedentes, sobrevivendo e prosperando em um mundo em constante mudança até o evento cataclísmico que marcou o fim da era dos dinossauros.

Os titanossauros, um grupo menos conhecido de dinossauros saurópodes, surgiram no Período Cretáceo Inferior, há aproximadamente 126 milhões de anos, numa época em que as massas de terra da Terra estavam muito mais próximas umas das outras do que hoje, e à medida que os continentes se separavam lentamente ao longo de 75 a 80 milhões de anos, esses titânicos répteis seguiram, dispersando-se globalmente e mostrando uma capacidade notável de adaptação.

Diferentemente de seus primos saurópodes mais famosos, como o Brachiosaurus e o Diplodocus, os titanossauros não foram relegados a meras notas de rodapé na história da evolução dos dinossauros. Com quase 100 espécies identificadas, eles compõem mais de 30% dos dinossauros saurópodes conhecidos, apresentando-se em uma diversidade de tamanhos impressionante, variando dos imensos Argentinosaurus e Patagotitan, que pesavam mais de 60 toneladas e eram maiores que um caminhão, aos menores, como o Rinconsaurus e o Saltasaurus, cujo porte assemelhava-se ao de um elefante africano.

Dinossauro com característica de réptil

Como muitos répteis, a vida dos titanossauros começava em pequena escala, com os filhotes eclodindo de ovos não maiores que toranjas. O sítio de Auca Mahuevo, na Argentina, oferece as melhores evidências de ninhos e ovos de titanossauros, sugerindo um estilo de parentalidade mais distante, onde os adultos não cuidavam intensamente dos filhotes após a eclosão, um comportamento comum a muitos répteis que põem vários ovos e não passam muito tempo cuidado de seus ninhos e suas filhotes. Esta estratégia somada a uma taxa de crescimento acelerada, permitiu que esses gigantes alcançassem tamanhos colossais em apenas algumas décadas.

Evidências em Madagascar apontam que os filhotes nasciam com 30 centímetros de altura, 1 metro de comprimento e 2,5 a 5 kg, sugerindo que já nasciam com capacidades para lutar.

Dinossauro com característica de mamífero

A ideia de que os titanossauros cresciam a taxas comparáveis às dos mamíferos, como as baleias, contradiz a antiga noção de que esses gigantes teriam taxas de crescimento lentas, típicas de répteis. Estudos detalhados de seus ossos revelam um fornecimento de sangue denso, indicativo de um crescimento rápido e eficiente. 

Além disso, os cientistas determinaram que a temperatura corporal desse tipo de dinossauro oscilava entre35 a 38 graus Celsius, superando a temperatura corporal dos crocodilos e alinhando-se com a dos mamíferos modernos. E, embora não chegassem a bater a temperatuda das aves, que podem atingir os 40 graus Celsius, eles não ficavam muito atrás. Essa descoberta ajusta a escala temporal de suas vidas, sugerindo que eles poderiam atingir tamanhos monumentais em apenas algumas décadas, vivendo possivelmente 60 anos ou mais.

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Em relação à dieta dos titanossauros, ela era tão vasta quanto seus territórios. Seus corpos massivos eram sustentados por uma alimentação baseada em plantas, variando conforme a região. Enquanto em algumas áreas, como a Argentina, seus dentes revelam um cardápio rico em plantas rasteiras, em locais como a Índia, análises de coprólitos (fezes fossilizadas) mostram uma dieta que incluía desde vegetação rasteira até folhas e ramos de árvores, apontando para uma característica notável dos titanossauros: sua extraordinária taxa de substituição dentária, adaptada para maximizar a eficiência alimentar.

Características de répteis + mamíferos

Este grupo de dinossauros saurópodes, apresentaram características únicasem uma combinação de atributos que pode ter contribuído para o seu sucesso evolutivo e adaptabilidade a diversos ambientes. Em resumo, podemos pinçar as características identificadas em cada um dos lados:

Do lado dos Répteis:

Reprodução ovípara: Como todos os dinossauros, os titanossauros eram ovíparos, ou seja, reproduziam-se por meio de ovos, uma característica típica dos répteis.

Crescimento a partir de ovos pequenos: Os titanossauros eclodiam de ovos relativamente pequenos, considerando o tamanho gigantesco que atingiam na idade adulta, semelhante ao que se observa em muitos répteis modernos.

Parentalidade distante: Evidências sugerem que os titanossauros, assim como muitos répteis atuais, não dedicavam cuidados extensivos aos seus filhotes após a eclosão.

Do lado dos Mamíferos:

Taxas de crescimento aceleradas: Os titanossauros apresentavam taxas de crescimento mais rápidas, comparáveis às de muitos mamíferos, ao contrário das taxas de crescimento mais lentas observadas em répteis modernos, o que permitia que alcançassem tamanhos gigantescos em apenas algumas décadas.

Metabolismo possivelmente mais elevado: Embora não se possa afirmar com certeza que os titanossauros tivessem um metabolismo endotérmico como o dos mamíferos, estudos de isótopos em fósseis sugerem que esses dinossauros poderiam ter mantido temperaturas corporais internas mais elevadas do que as típicas de répteis, o que implicaria em taxas metabólicas mais altas.

Estruturas sociais complexas: Embora a evidência seja indireta, o comportamento de nidificação (comportamento de animais que constroem ou preparam ninhos para a postura de ovos e criação de filhotes, visando um ambiente seguro e propício ao desenvolvimento inicial) e possivelmente gregário em alguns grupos de titanossauros pode sugerir uma complexidade social que se assemelha mais ao comportamento de muitos mamíferos do que ao dos répteis.

Essa combinação de características sugere que os titanossauros foram capazes de explorar nichos ecológicos variados e manter uma presença dominante em seus ecossistemas. O sucesso evolutivo dos titanossauros, evidenciado por sua diversidade e distribuição global, reflete a eficácia dessa mistura de características adaptativas.

A despeito de sua adaptabilidade e sucesso evolutivo, os titanossauros não foram poupados pelo impacto do asteroide que extinguiu os dinossauros há 66 milhões de anos, que marcou o fim de uma era de diversidade e dominação sem precedentes desses incríveis gigantes. 

Ao combinarem traços de répteis e mamíferos, os titanossauros provavelmente teriam continuado a evoluir e prosperar até os dias de hoje por terem desenvolvido um modo de vida único que dava a esses dinossauros uma grande capacidade de adaptação.

Fonte: Scientific American

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