A gente corre no Google toda vez que tem alguma pergunta sobre saúde. Fala a verdade, todo mundo faz isso! Sabendo disso, o buscador mais usado do mundo (pelo menos por ora) está testando um programa que promete revolucionar a maneira como buscamos informações médicas usando sistemas de inteligência artificial. Se liga na novidade!
O Med-PaLM 2 é uma variante do modelo de linguagem PaLM-2 do Google que está sendo testada para otimizar as respostas às questões médicas. Esse modelo de linguagem é o mesmo usado no Bard.
Essa IA está sendo treinada com demonstrações de especialistas médicos, o que significa que deve ser melhor em conversas de saúde do que chatbots generalistas como Bard, Bing e ChatGPT.
Segundo o que o pessoal do The Verge divulgou, o Google começou os testes do Med-PaLM 2 em abril em alguns hospitais, e um deles é o Mayo Clinic, um hospital de pesquisa sem fins lucrativos nos EUA.
Ao que parece, o Google acredita que essa nova ferramenta vai ser super útil em lugares onde o acesso aos médicos é mais limitado, democratizando, de certa forma, o conhecimento relacionado à area.
E tem mais! Segundo a mesma matéria, os clientes que estão testando o Med-PaLM 2 vão controlar seus próprios dados. Tudo será criptografado e o Google não terá acesso a isso. A integridade dos dados dos pacientes é uma questão que tem sido destacada para qualquer avanço que se refere à aplicação da inteligência artificial na saúde, e esse posicionamento do Google já demonstra a preocupação da empresa com isso.
Mas vale lembrar: mesmo com toda essa inovação, não podemos esquecer que é um projeto em estágio inicial. Um artigo do Wall Street Journal mencionou que, em maio, o Google tornou pública uma pesquisa mostrando que o Med-PaLM 2 ainda tem desafios a serem superados quanto à precisão que se vê nos modelos de linguagem LLMs (Large Language Models). No estudo, essas falhas são apontadas pelos próprios médicos que encontraram mais imprecisões e informações irrelevantes nas respostas fornecidas pelo Med-PaLM e Med-PalM 2 do que nas respostas de outros médicos.
Mas em quase todas as outras métricas, como mostrar evidências de raciocínio, respostas apoiadas por consenso ou no caso de não mostrar nenhum sinal de compreensão incorreta, o Med-PaLM 2 teve um desempenho similar ao dos médicos reais.
Greg Corrado, diretor de pesquisa sênior do Google, enfatizou ao The Wall Street Journal que o Med-PaLM 2 ainda está nos primeiros passos e que, embora não queira que ele faça parte da “jornada de saúde” da própria família agora, acredita que o programa “amplia em dez vezes os lugares na saúde onde a inteligência artificial pode ser benéfica“.
Você pode conferir outras contribuições da IA para a medicina como criação de novos medicamentos, redução na espera de radioterapia e clicando aqui você também pode saber o que alguns especialistas estão falando sobre esse novo momento da tecnologia aplicada à área.
Ah! E tem mais uma novidadezinha que é bom saber: o Google atualizou sua política de privacidade, onde afirma que pode usar dados publicamente disponíveis para ajudar a treinar seus modelos de inteligência artificial. A mudança na redação da política consiste na substituição do termo “modelos de IA” por “modelos de linguagem”.
Inteligência Artificial no Google ajuda, mas vale lembrar…
O óbvio precisa ser dito: esses sistemas que pretendem otimizar as respostas da IA para as questões relacionadas à saúde não devem substituir os cuidados dos próprios médicos, e com certeza existem muitas controvérsias em relação a isso.
Além da segurança dos dados, é importante que haja uma conscientização de que a melhoria das informações disponibilizadas pela IA do Google em relação a questões médicas consideram aspectos gerais em relação a sintomas, doenças e diagnósticos. As respostas oriundas dessa tecnologia não devem ser tomadas como suficientes para uma visão concreta dos casos.
Entre os vários riscos que podem ser considerados, um deles é a questão dos perfis de pacientes em que se baseia o treinamento da IA. Se as questões demográficas, que são absolutamente genéricas, podem impactar diretamente nas respostas, que dirá se considerarmos as particularidades de um ser humano.
Fonte: Economic Times