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A IA pode combater a solidão? Conheça estudo que analisa as possibilidades

A solidão é um problema crescente em nossa sociedade, afetando milhões de pessoas ao redor do mundo. Estudos recentes indicam que o isolamento social pode ter efeitos devastadores na saúde, aumentando significativamente os riscos de diversas doenças e até mesmo de morte precoce. 

É um cenário alarmante, que está mobilizando a comunidade científica. Com isso, surge uma proposta inovadora para combater a solidão: a utilização da tecnologia de inteligência artificial para oferecer companhia. 

Mas como a IA pode desempenhar um papel crucial no alívio da solidão? Quais os potenciais benefícios e riscos envolvidos? Além disso, qual será o impacto dessa tecnologia na compreensão tanto da inteligência humana quanto da artificial considerando aspectos tão humanos como a solidão?

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A ideia de utilizar IA para oferecer companhia pode parecer uma ideia inconcebível fora de um filme de ficção científica, mas pesquisadores estão cada vez mais convencidos de que essa tecnologia pode ter aplicações práticas e benéficas para combater a solidão.

Tony Prescott, professor de robótica cognitiva na Universidade de Sheffield, argumenta que relações com inteligências artificiais podem fornecer formas valiosas de interação social. Em seu livro “The Psychology of Artificial Intelligence“, Prescott discute como avanços dessa tecnologia dita inteligente podem oferecer soluções ao menos parciais para a solidão, ajudando as pessoas a praticar habilidades sociais e a melhorar sua autoestima.

O impacto da solidão na saúde

A solidão não é apenas um sentimento desconfortável, podendo ter consequências sérias para a saúde. Um relatório de 2023 revelou que a solidão é mais prejudicial do que a obesidade, aumentando o risco de morte precoce em 26%. Além disso, a solidão está associada a um maior risco de doenças cardiovasculares, demência, derrames, depressão e ansiedade. 

Clica aqui para conhecer os vovôs e vovós conectados que estão combatendo a solidão através de conversas virtuais. Um resultado que sugere que a IA realmente poderia ajudar oferecendo uma interação que desenvolva habilidades sociais!

No Reino Unido, estima-se que 3,8 milhões de pessoas sofram de solidão crônica, enquanto um estudo de Harvard nos Estados Unidos descobriu que 36% dos adultos e 61% dos jovens adultos enfrentam solidão severa.

Prescott sugere que a solidão frequentemente leva a uma espiral descendente, onde a desconexão social reduz a autoestima, desencorajando ainda mais a interação com outras pessoas, e por isso a IA pode ajudar a interromper esse ciclo, oferecendo uma forma de interação social que é estimulante e personalizada. Ao proporcionar companhia, a inteligência artificial pode contribuir com as pessoas mantendo ou melhorando suas habilidades sociais,  e dando a oportunidade de reconstrução da sua autoestima. Portanto, relacionamentos com IAs podem apoiar indivíduos na busca por companhia, tanto humana quanto artificial.

Embora os benefícios potenciais da inteligência artificial no combate à solidão sejam promissores, como é de se esperar, também existem riscos. Prescott alerta que as IAs podem ser projetadas para encorajar os usuários a interagir por períodos cada vez mais longos, criando uma dependência excessiva. Isso levanta a necessidade de regulamentação para garantir que o uso da IA como companhia não resulte em novos problemas sociais.

Quem é o especialista que propõe o combate da solidão por IA?

Tony Prescott é uma figura de destaque no estudo da relação entre o cérebro humano e a IA, combinando conhecimentos de robótica, IA, psicologia e filosofia. Sua pesquisa se concentra na recriação de percepção, memória e emoção em entidades sintéticas. Além de seu trabalho na Universidade de Sheffield, ele é cofundador do Sheffield Robotics, um centro de pesquisa em robótica.

No livro “The Psychology of Artificial Intelligence”, Prescott explora a natureza da mente humana e seus processos cognitivos, comparando e contrastando esses aspectos com o desenvolvimento da IA. Ele aborda questões intrigantes como:

– Os computadores são realmente como cérebros?

– A IA superará os humanos?

– A IA tem a capacidade de ser criativa?

– Dotar a IA de um corpo robótico permitiria criar novos tipos de inteligência?

– A IA pode nos ajudar a combater as mudanças climáticas?

– Os humanos podem “andar na carona” da IA para expandir sua própria inteligência?

Neste novo estudo, Prescott conclui que a parceria entre a psicologia e a IA deve desbloquear mais insights tanto sobre a inteligência natural quanto a artificial, uma colaboração que pode ajudar a responder perguntas fundamentais sobre o que significa ser humano e como viver ao lado de inteligências artificiais. À medida que avançamos nesse campo, podemos descobrir novas maneiras de melhorar a qualidade de vida e abordar problemas sociais como a solidão de forma inovadora e eficaz.

A solidão é um desafio complexo que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e não podemos negligenciar o efeito de alternativas de qualquer natureza para combater esse sentimento que é muito mais do que só um incômodo. No entanto, considerar a abordagem com IA exige cautela na investigação da linha tênue entre a dependência e a contribuição para o desenvolvimento de habilidades que estimulem outros meios de interação para que possamos aproveitar o potencial da IA para melhorar a saúde e o bem-estar social.

Fonte: Neuroscience News

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