Em tempos de IA, questões se colocam para a arte, como é o caso para a música com a novidade do aplicativo Riffusion.
Já tem IA que promete até prever se uma música vai ser hit! Não viu? Se liga nisso!
O gerador de música baseado em IA está gerando burburinho. Desenvolvido por Seth Forsgren e Hayk Martiros, a ferramenta consegue o feito intrigante de gerar música não a partir de áudio tradicional, mas sim através de imagens de áudio. A princípio, pode parecer contra intuitivo pensar nesse caminho, mas a técnica demonstrou ser surpreendentemente eficaz.
A originalidade e pioneirismo do Riffusion não tardaram a atrair olhares curiosos e entusiastas da música e tecnologia. O que começou como um simples hobby se tornou um fenômeno, com milhões de usuários experimentando a plataforma, com um impacto foi tão significativo que até mesmo gigantes da tecnologia como Meta, Google e ByteDance mencionaram o aplicativo em suas pesquisas.
Com o crescente sucesso e reconhecimento, Forsgren e Martiros viram uma oportunidade não apenas de entretenimento, mas de negócio, decidindo então alçar voos mais altos com o Riffusion, e nessa jornada, encontraram aliados de peso, como o renomado duo de músicos e produtores, o The Chainsmokers, que entrou em cena e segue como conselheiro da dupla de desenvolvedores.
O potencial disruptivo dessa inovação gerou frutos, e o Riffusion garantiu um robusto financiamento de 4 milhões de dólares, com investidores de renome como Greycroft, South Park Commons e Sky9 apostando no projeto.
O que vem pela frente
Para os aficionados por música e tecnologia, Riffusion reserva mais surpresas, como o lançamento de uma versão aprimorada do aplicativo, totalmente gratuita, que novidade promete permitir que os usuários, através de descrições de letras e estilos musicais, gerem “riffs” – trechos de músicas – que podem ser compartilhados, seja publicamente ou entre amigos.
Similar ao conceito original por trás do Riffusion, essa versão atualizada é calibrada utilizando espectrogramas, que são as representações gráficas do áudio que detalham a amplitude de diferentes frequências ao decorrer do tempo.
Para desenvolver esse processo, a dupla fez uso de espectrogramas de várias peças musicais, categorizando as imagens resultantes com rótulos que representavam os sons, tais como “guitarra de blues” e “piano de jazz”. Ao inserir esta coletânea de dados no sistema, eles basicamente “ensinaram” o modelo a compreender visualmente como determinados sons são manifestados, capacitando o modelo a recriar ou fundir esses sons com base em comandos textuais.
Forsgren ressaltou a interatividade do sistema, mencionando que os usuários têm a liberdade de detalhar características musicais desejadas, seja por meio de texto ou até mesmo gravando a própria voz, e as possibilidades de interação desencadeiam a capacidade do modelo de gerar composições exclusivas.
Ele disse à TechCrunch que acredita, com convicção, que esta ferramenta abre horizontes inexplorados, permitindo que produtores musicais e especialistas em áudio descubram novas perspectivas e se inspirem de maneiras completamente revolucionárias.
Com entusiasmo, ele ressalta que essa inovação é uma nova forma de expressão, e que a ferramenta tem o poder de permitir que qualquer um de nós faça uma música do zero, quebrando as barreiras tradicionais da criação musical.
A sinergia entre Forsgren e Martiros não se limita à esfera profissional. Os dois cultivam uma amizade desde os tempos de graduação em Princeton, e essa relação se estendeu para além das salas de aula, com ambos compartilhando suas paixões pela música em uma banda amadora. Enquanto Forsgren já tinha um histórico empreendedor, tendo fundado duas empresas de tecnologia, Martiros se aventurou no mundo das startups, sendo um dos pioneiros na Skydio, uma startup de drones.
O problema dos direitos autorais na música do Riffusion
A música gerada por IA, no entanto, não está livre de controvérsias, especialmente quando se trata de direitos autorais. Mas Forsgren se antecipa a essas preocupações, garantindo que o Riffusion foi pensado para criar, e não replicar. Não foi projetado para produzir imitações musicais e não reconhece nomes de artistas consagrados, garantindo assim uma criação genuína.
Músicas criadas por IA que soam feitas por humanos ou surpreendentemente similares a uma outra obra original estão alcançando grande popularidade. Como exemplo recente, uma comunidade no Discord voltada para áudio generativo lançou um álbum inteiro de músicas com uma versão da voz do cantor Travis Scott gerada por IA, despertando um tremendo problema com a gravadora que representa o artista.
Com a rapidez característica do setor, as gravadoras já começaram a marcar posição, denunciando músicas produzidas por IA para plataformas de streaming como Spotify e SoundCloud, alegando preocupações relacionadas à propriedade intelectual. E, na maioria das vezes, essas gravadoras têm saído vitoriosas. Contudo, ainda há a incerteza: músicas geradas por IA realmente infringem os direitos autorais?
Até já falamos sobre o assunto aqui. Já se perguntou: Quem é o autor das obras de IA? O ser humano que escreveu o prompt? As referências do modelo? A própria ferramenta?
Até o momento, não foi definida uma estratégia de monetização para o Riffusion. A prioridade de Forsgren e Martiros é solidificar a equipe e expandir o portfólio de produtos que utilizam IA generativa. No entanto, Forsgren acena com a possibilidade de parcerias com artistas renomados, como The Chainsmokers, explorando o potencial criativo da tecnologia.
Para os amantes da música e para os artistas vale a pena ficar de olho no que vem por aí!
Fonte: TechCrunch