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E se um alienígena tentasse se comunicar? Conseguiríamos entender?

O que acontece se recebermos uma mensagem alienígena? Seria possível compreender, já que pode ser em uma linguagem totalmente fora de nosso repertório? É um assunto emocionante, intrigante e, pode até ser um pouco assustador, especialmente quando você considera o quão difícil é a tarefa. Um experimento incrível de uma artista residente do Instituto SETI (SETI significa busca por inteligência extraterrestre – search for extraterrestrial intelligence) e do Observatório de Green Bank nos mostraram isso!

Pense na linguística por trás disso: Humanos de diferentes culturas e idiomas já têm dificuldade em se entender, então imagine quão complicado seria decifrar uma mensagem de uma espécie com corpos, mentes e habitats completamente diferentes dos nossos. É como tentar entender alguém falando em emojis, mas mil vezes mais difícil, porque nem a ciência pode responder sobre qual é a forma de uma possível comunicação alienígena.

Numa tentativa ousada de abordar este problema, uma equipe liderada por uma artista fez algo super legal – criou uma falsa mensagem alienígena e enviou-a de Marte para a Terra. Foi uma iniciativa que envolveu ciência, claro, mas foi mais que isso, foi um projeto de arte interplanetário, chamado “A Sign in Space“, projetado para testar nossas habilidades em entender potenciais tecno assinaturas de seres de outros mundos. 

É como um jogo de adivinhação alienígena, em que estamos tentando interpretar uma mensagem de uma civilização sobre a qual sabemos quase nada, em uma linguagem diferente da nossa. 

Apenas três pessoas neste planeta conhecem o significado desta carta cósmica – Daniela de Paulis, a fundadora do projeto artístico, e seus dois co-autores. Agora você pode pensar que eles apenas rabiscaram um absurdo parecido com algo alienígena, mas não foi tão simples. Para tornar a mensagem tão realista quanto possível, eles tiveram que abandonar suas tendências antropocêntricas e tentar criar uma mensagem que não estivesse vinculada aos preconceitos regionais da Terra. 

Isso significa dizer não à comunicação baseada em linguagem como a conhecemos, e até mesmo considerar se a matemática, que normalmente encaramos como universal, seria compreendida da mesma forma por uma civilização alienígena. Como você pode adivinhar, a elaboração desta mensagem foi tão mentalmente exaustiva quanto tentar resolver um cubo mágico vendado.

Apesar da inteligência coletiva no caso, ainda ninguém decifrou a mensagem desde o dia 24 de maio. E acredite, não é por falta de tentativas. Desde o início, um exército de especialistas e entusiastas de quebra-cabeças têm se empenhado muito nisso. 

Um desses voluntários é Gonzalo José Carracedo Carballal, um estudante de doutorado em astrofísica, que fez parte do primeiro grupo de pessoas a extrair a mensagem bruta da transmissão do orbitador ExoMars. A mensagem era uma string intrincada de 40 gigabytes de números entrelaçados com a nota alienígena. Após uma semana de esforço, foi reduzida a uma imagem bitmap de 8.2 kilobytes de cinco aglomerados pontilhados contra um fundo branco.

Desde então, as especulações não param. Algumas pessoas acreditam que a mensagem pode ser uma dica sobre a aparência dos alienígenas ou pode ser uma mensagem codificada sobre a localização de sua civilização. Outros sugerem que os pontos podem representar algo em escala molecular, possivelmente as bioassinaturas de um mundo extraterrestre. É como tentar entender uma pintura abstrata, onde todos veem algo diferente.

Decodificar a mensagem se tornou um verdadeiro quebra-cabeça, com usuários lançando teorias e ideias no servidor Discord do projeto. Eles estão procurando padrões, decifrando o que realmente está lá e o que é apenas uma miragem. Para resolver este enigma cósmico, os participantes devem equilibrar habilidades técnicas com interpretação artística e pensamento filosófico.

Um dos usuários, um engenheiro de software chamado Ivi Hasanaj, passa os dias olhando para a imagem bruta até que uma ideia aparece, que ele então testa com codificação. Seu melhor palpite até agora? Um sistema numérico que conta de um a cinco. É como resolver um mistério de assassinato sem um corpo, pistas ou mesmo um suspeito. Que desafio!

Apesar da tarefa ser muito desafiadora, a criadora do projeto, de Paulis, vê a luta como parte do charme. Ela admira a diversidade de ideias, mas teme que muitas teorias possam estar atrapalhando a capacidade da comunidade de se concentrar e resolver o enigma. Se nenhuma descoberta vier em breve, ela planeja organizar uma maratona de programação online em agosto. Vamos torcer para que isso ajude a mover as coisas!

Uma coisa é certa: este projeto demonstra a enorme importância da diversidade ao enfrentar problemas como este. Quanto mais ângulos abordados, melhores serão nossas chances de entender uma mensagem assim. No entanto, isso levanta a questão: Se um sinal alienígena real alcançasse a Terra, quem estaria envolvido no processo de decodificação? Esse esforço de decodificação seria um assunto democrático como o experimento ou ficaria restrito a alguns cientistas aleatórios? Cogita-se que abrir a possibilidade de participação para um público mais amplo ajudaria nessa tarefa.

Mas se de fato uma mensagem alienígena chegasse à Terra, é bastante improvável que isso fosse aberto ao público. Existe um protocolo pós-detecção de 1989 da International Academy of Astronautics que enfatiza sobre o sigilo.

Independentemente disso, essa experiência é um gostinho tentador de como a comunicação com a inteligência alienígena pode parecer. Ela desafia nosso intelecto, nossa criatividade e nossa paciência. Então, quer você seja um geek auto-proclamado ou alguém que gosta de um bom quebra-cabeça, por que não entrar na diversão e tentar decifrar essa mensagem alienígena? Quem sabe, você pode ser o único a quebrar o código e revelar os segredos ocultos de “A Sign in Space.”

Arte e ciência para entender uma mensagem alienígena

Uma aposta mais segura para tentar decifrar uma possível mensagem alienígena tende a ser a ciência e a matemática, já que esses conceitos são universais. Isso até nos remete àquele filme Contato, que retrata uma comunicação alienígena por números.

Mas a real é que a ciência e matemática não dizem nada sobre quem realmente envia a mensagem. E é aí que a arte entra em cena.  A arte pode ser considerada a expressão pessoal de um criador, uma troca intercultural com quem a observa. Talvez o verdadeiro significado da mensagem de um alienígena seja a intenção original do autor, somada à interpretação de quem a recebe. Para analisar uma mensagem desse tipo, você precisa de mais do que habilidades que a ciência pode fornecer – também precisa de uma visão artística e filosófica

Portanto, diante de um cenário do qual não sabemos absolutamente nada, uma boa alternativa é buscar estabelecer uma comunicação com alienígenas a partir de elementos tanto da arte como da ciência. Parece que é preciso muito mais do que máquinas sofisticadas para entender algo que pode ser completamente novo para a humanidade.

O projeto “A Sign in Space” aceita a dificuldade quase insuperável da comunicação alienígena e a transforma em um esforço muito mais inclusivo. É uma tremenda lição de humildade, à medida que nos afasta de coisas que consideramos absolutas e triviais, como a nossa forma de nos comunicar! 

Quer ver uma prova dessa dificuldade de se desprender do que já é comum? Quando alguém começou a postar em francês, um usuário, que aparentemente perdeu o senso de ironia, respondeu: “Por favor, fale inglês“. Os moderadores tiveram que intervir, dizendo que todos os idiomas eram bem-vindos, e isso foi seguido por um rápido pedido de desculpas do usuário que não falava francês.

Talvez tenhamos uma dificuldade óbvia de ver o mundo com o olhar do outro, e entender o quanto essa pluralidade muda o jogo.

Parece que um experimento explorando a possível comunicação alienígena diz muito mais sobre nós do que sobre os alienígenas, afinal, não é? 

Esta “mensagem extraterrestre” foi criada por artistas e cientistas para um projeto chamado A Sign in Space, que desafia pessoas ao redor do mundo a interpretar um sinal alienígena imaginário. Credito: A Sign in Space

Fonte: Scientific American

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