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Seremos substituídos pela Inteligência Artificial?

A inteligência artificial aprende a partir do nosso conhecimento, e gera conhecimento. E é bom pensar de que tipo de conhecimento estamos falando quando afirmamos isso para termos um posicionamento nessa avalanche de informações ante de ter medo de que seremos substituídos pela inteligência artificial.

Até o momento,  as máquinas não parecem estar indo muito além do que podemos definir como conhecimento objetivo, por mais elaborados que sejam os resultados ou por mais “humanos” que tencionem ser.

E quando falamos de conhecimento objetivo estamos falando daquele conhecimento que são comumente compartilhados a partir de parâmetros claros, métodos, os que são aceitos em determinadas comunidades científicas ou de especialistas, e por aí vai… Trata-se daquilo que podemos comunicar claramente, testar, refutar e refinar, é aquilo que conhecemos que se distancia da nossa singularidade, das emoções, das visões particulares, da nossa inferência de sentidos.

Parece que esses tipos de conhecimento podem ser apreendido pelas IAs tanto mais quanto mais quantitativos eles forem. Números, métodos e sistemas são melhores no input e no output, ou seja, nas perguntas e nas respostas que usam as IAs, como meios para aprimorar nosso desempenho profissional. ChatGPT é a ferramenta mais popular, e muito longe de ser a única.

Mas nós, seres humanos, contamos com outro tipo de conhecimento, o subjetivo.

Neste segundo gênero de conhecimento estão as nossas perspectivas individuais, isoladas ou em relação com outras perspectivas individuais em um conhecer intersubjetivo, o que faz de nossas ideias e nosso entendimento de mundo muito diferente de qualquer coisa que possa ser gerada por uma máquina. São conhecimentos que não necessariamente são passíveis de investigação lógica, que não têm “certo/errado” que são tanto mais valiosos quanto singulares, que imprimem nossa característica fundamental: a nossa humanidade.

Haveriam novas soluções se as nossas novas questões não se colocassem? Se nos contentássemos com o aprender a partir de um aprendizado de máquina? Haveriam novas ideias se não houvessem sentimentos? O que seria de novos referenciais para as máquinas se nós não os fornecêssemos a essas máquinas? O que seriam dessas máquinas se não as idealizássemos?

Não é preciso ter medo da inteligência artificial

medo da inteligência artificial pode estar em esquecermos que ela não é uma consciência e que, no limite, – mesmo no aprendizado de máquina não supervisionado – ,quem ensina a ela somos nós, nós damos parâmetros, nós as criamos. E é por isso mesmo que devemos pensar nas possibilidades de uso, para o bem e para o mal, para que o controle dessa tecnologia nunca fuja de nossas mãos. 

É hora de pensar em como lidar com tudo isso, não evitar. Evitar já parece ser algo impossível. Se conseguirmos aprender mais rápido com ela, o que demoraríamos muito tempo para aprender sozinhos, será que não sobra mais tempo para nossa criatividade? E pensa comigo… O que dá mais sentido à nossa vida, às nossas ações, pessoais e profissionais, se não a nossa criatividade?

Por mais criativos que possam parecer os produtos de uma inteligência artificial, não superam a nossa humanidade, a nossa singularidade, a nossa criatividade. É a partir do nosso conhecimento que ela aprende, é a partir da  nossa criatividade que ela cria. 

Talvez seja uma oportunidade para nos colocar diante de um desafio realmente grande: o de, enfim, ter mais tempo – algo que sempre buscamos, que sempre queremos e sempre temos menos.

Ao ter mais tempo, podemos nos permitir olhar mais para nós mesmo, dar mais alcance ao que antes suprimíamos, tentando aprender o bê-a-bá de um “como” qualquer que nossa profissão demanda. Agora podemos ter inúmeros “comos”, podendo cada vez mais ser autores de “o quês?”, “por quês?” e mais todas as perguntas que coloquem nossa criatividade singular como a melhor oportunidade de nos destacar em um mercado onde o trivial vai perdendo espaço cada vez mais espaço.

Flaw Bone

Flaw Bone

Pesquisadora, curiosa e comunicadora | Filosofia Prática - UFRJ 🙃

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