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Inteligência Artificial diz se música será um hit antes do lançamento

Quando falamos em Inteligência Artificial e música, no que você pensa? Imediatamente, pode vir à mente a situação cotidiana de abrir nossos aplicativos e lá estarem um monte de sugestões de acordo com o que costumamos ouvir. Mas parece que a coisa não para por aí. Um novo estudo sugere que é possível saber o que vai virar hit nas paradas através de IA. E não só é possível, como já está acontecendo!

Créditos da imagem: Kauê Peinado para Futuro Relativo

Já se perguntou por que um som bomba nas paradas e outros não? Qual a fórmula mágica de um hit? Essas perguntas vêm intrigando pesquisadores e a indústria da música há muitos anos. O estudo mais recente sobre o assunto, realizado por pesquisadores da Claremont Graduate University, aponta que a resposta para essa pergunta enigmática está em nossos cérebros. 

“Que óbvio, quando muita gente gosta, vira hit!”, você pode estar pensando. Mas isso acontece depois do lançamento. O que estamos falando aqui é que a IA pode ser a chave para prever o que vai virar um hit antes de ser lançada baseando-se nas respostas físicas do nosso cérebro. Vamos explicar melhor…

Os pesquisadores utilizaram um dispositivo wearable (semelhante a um smartwatch) para monitorar as respostas cardíacas das pessoas enquanto ouviam música. Depois, com o auxílio de um algoritmo, converteram esses dados em uma representação da atividade neural. Esse monitoramento se concentrou em reações associadas à atenção e à emoção. Treinando um modelo de machine learning com esses dados, a IA conseguiu classificar se uma o que seria hit ou um fracasso com uma precisão de 97%!

Esse estudo publicado pela Frontiers in Artificial Intelligence no início do mês de junho é uma das tentativas mais bem-sucedidas de solucionar o chamado “problema da ciência da música hit”, que sugere que métodos automatizados, como software de machine learning, podem antecipar se uma música será um sucesso antes de ser lançada.

A nova abordagem, proposta pela equipe da Claremont Graduate University, é entender como os humanos reagem às músicas. Segundo Paul Zak, neuroeconomista da universidade e autor principal do novo estudo, a coisa toda parece simples: “…as músicas são projetadas para criar uma experiência emocional nas pessoas, e essas emoções vêm do cérebro“.

Os impactos da Inteligência Artificial na indústria da música

Se os resultados recentes forem replicados com sucesso, o novo modelo pode ter um potencial comercial imenso. Não apenas para a criação de novas músicas, mas também para classificar eficientemente a grande quantidade de músicas já existentes.

Com esse novo modelo, “o entretenimento certo poderia ser enviado ao público com base em sua neurofisiologia“, disse Zak. Imagine que, em vez de ser oferecidas centenas de escolhas, você receba apenas duas ou três opções, tornando mais fácil e rápido escolher o que você realmente vá curtir.

Até agora os especialistas da indústria da música se concentram em analisar grandes bancos de dados para avaliar o sucesso das obras sob os aspectos líricos e acústicos, incluindo ritmo, letras e a capacidade que as músicas têm de de fazerem as pessoas dançar. Mas essa forma tradicional de tentar prever o que vai emplacar ou não é um jogo de sorte, por mais que se faça uma análise atenta a esses aspectos.

Vista dessa forma, parece uma opção bastante tentadora para a indústria, mas existem muitos aspectos inquietantes nisso tudo. As preocupações levantadas sobre a confiabilidade e as implicações éticas de fundir a IA com dados cerebrais são pertinentes, e divide opiniões na comunidade científica. E com certeza não é só no ambiente científico que essas ressalvas se colocam.

Alguns comentadores sugerem algumas consequências dessa tecnologia como redução de custos de produção musical, seleção de listas de reprodução públicas e até fazer com que os juízes daqueles programas de talentos fiquem ultrapassados, já que, com a IA, se tem praticamente uma “fórmula do sucesso”. 

Unir IA e arte aponta para uma vasta quantidade de dilemas éticos. Isso inclui nossa atitude ao aceitar os termos e condições sem lê-los no momento da assinatura dos serviços de streaming, podendo abrir assim uma porta para que os dados sejam compartilhados e usados de formas inadequadas.

Falando em arte, demos nosso pitaco sobre alguns problemas dessa tecnologia aplicada ao processo criativo. Você já se perguntou quem, afinal de contas, é o autor das obras geradas por IA? Clica aqui e segue o fio!

E se você quer é ver polêmica, pode checar o que aconteceu com a Marvel, em sua nova série, Secret Invasion.

Inteligência artificial a música: Qual será o futuro?

Créditos da imagem: Kauê Peinado para Futuro Relativo

As questões são tão numerosas quanto intrigantes, tanto do lado de quem faz música quanto de quem consome. Como nossos dados estão sendo utilizados? Até que ponto esses dados colaboram para segmentar a produção na indústria da música? Como ficará o processo criativo dos artistas se for tão direcionado assim? Quais seriam os impactos na distribuição para os serviços de streaming? Quais seriam as chances no mercado para novos artistas? Os artistas que estão no holofotes terão sempre que fazer o que a IA determinar? Quais as oportunidades reais de termos obras significativamente distintas entre si? Quais os perigos desse condicionamento do mercado para a cultura de uma sociedade? E para a economia? Como serão selecionadas as playlists privadas? E as públicas?

A velocidade e o impacto da evolução da tecnologia trazem consequências e discussões que devem ficar no nosso radar. Inteligência artificial e música ligam dois pontos que são intrínsecos à nossa realidad e, ainda mais, à nossa humanidade. A música é uma manifestação artística de grande alcance, de grande poder, e faz parte da nossa história desde os primórdios.

Não podemos subestimar os impactos dessa evolução tecnológica tão acelerada. É importante reconhecer os benefícios e encarar os problemas, que não são poucos. E quando falamos de música, e arte no geral, há muito o que preservar, no que pode ser medido e no que não pode nem ser explicado…

Fonte: Scientific American

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